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1923

sensação de segurança do ciclista (KRENN; OJA; TITZE, 2015), o que indica também uma maior

eficiência das ciclovias em relação às ciclofaixas e vias compartilhadas. Além disso, a alta

velocidade dos demais veículos nos espaços compartilhados gera grandes danos em casos de

colisão, com impacto maior sobre o ciclista (FERREIRA, 2007). Com isso, o planejamento de zonas

de velocidade 30km/h, também cumpre o propósito de conferir maior segurança aos usuários da

bicicleta. Vias com transito de alta velocidade, principalmente quando superiores a 60km/h, ampliam

as chances de acidentes fatais onde o ciclista é a principal vítima. Além disso, o tipo de

pavimentação e a ausência de obstáculos, tais como buracos, lombadas, etc. são elementos que

contribuem para o conforto dos ciclistas, sendo necessária sua adequação para garantir a

efetividade desses espaços de trânsito. Um ambiente ameno contribui com uma parcela importante

para incentivar o uso da bicicleta, garantindo o bem-estar destes usuários (ITDP BRASIL, 2013).

Ainda com relação à segurança do trânsito, a qualidade e a sinalização dos cruzamentos são

também indicadores de grande relevância. Quando bem sinalizados, os veículos motorizados ficam

mais atentos à bicicleta, e vice versa, minimizando os riscos de acidentes nos pontos de encontro

entre os diferentes modais (PUCHER; DILL; HANDY, 2010).

Pucher; Dill; Handy(2010) também demonstram que a presença de bicicletários e paraciclos é um

fator determinante para quem pedala, sendo apontado em diversos índices de ciclabilidade. Quando

relacionada ao modais coletivos, a armazenagem em áreas próximas das estações representa um

importante incentivo à integração, além da própria possibilidade de transporte nos veículos

coletivos, conforme já mencionado. Pode-se associar também, a implantação e utilização de

sistemas de bicicletas compartilhadas no entorno das estações, tornando ainda mais potente a

integração entre estes modais, permitindo o uso da bicicleta nos dois extremos do trajeto sem

implicar na redução do espaço de passageiros dentro do modal coletivo (CERVERO; CALDWELL;

CUELLAR, 2013).

O potencial para o uso da bicicleta em determinada área está também relacionado à variedade de

caminhos e rotas possíveis para chegar a determinado destino (WINTERS et al.,2013).

Considerando o entorno próximo às estações de um modal de transporte público, a conectividade

contribui também para a capilaridade do sistema, tornando-o atrativo para mais usuários. Quando

a forma das cidades está associada a um desenho de quadras de grandes dimensões, as opções

de percurso tornam-se mais escassas, restringindo também a abrangência dessas rotas para

ciclistas. Além da capilaridade, o planejamento das rotas precisa considerar também a topografia

local. Assim, a malha cicloviária torna-se capaz de atender aos diferentes pontos da cidade,

evitando a necessidade de percursos em aclive acentuado, que acabam por desmotivar o pedalar.

Além das infraestruturas diretamente relacionadas à bicicleta, outros elementos do ambiente

construído podem contribuir para a questão da segurança pública de quem pedala, assim como o

bem-estar nos trajetos, constituindo incentivos ao uso deste modal. Áreas mais dinâmicas e ruas

com grande fluxo de pessoas tendem a ser mais convidativas a estes usuários. Alguns autores se

referem à estética do local ou à presença de áreas atrativas, apontando para essa noção da

paisagem (KRENN; OJA; TITZE, 2015).

Na formação de ambientes mais atrativos, as fachadas no nível da rua, onde transitam ciclistas e

pedestres, tornam-se elementos determinantes. Atividades no nível térreo das edificações, e os

níveis de “transparência” e continuidade dessa fachada são algumas métricas utilizadas. Muros

“cegos” e fachadas descontínuas tendem a gerar ambientes mais inseguros para pedestres e

ciclistas, pois se tornam espaços pouco vigiados e pouco atrativos (ITDP BRASIL, 2013).

Como forma de agregar também maior dinâmica aos bairros, a mistura de usos torna-se um outro

componente importante para essa vitalidade. A diversidade de usos aumenta as possibilidades de

destino e faz com que haja atividade nas ruas nos diversos horários do dia, formando um ambiente