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Ruas abertas (
Open Streets
) e pedonais destinam o uso da rua para o Transporte Ativo e oferecem
convites a permanência no espaço público.
Podemos destacar duas iniciativas que impulsionam o Transporte Ativo e que se tornaram
experiências regulares, mas que mantiveram seu caráter temporário. Como exemplo, temos o
movimento Playing Out criado pela sociedade civil em Bristol na Inglaterra e a Paulista Aberta em
São Paulo, Brasil. Em 2011, a Câmara Municipal de Bristol reconheceu os benefícios do
fechamento de vias para o lazer de crianças realizado por alguns pais na cidade e permitiu que
isso ocorresse regularmente, incentivando outros pais a fazerem o mesmo em outras ruas
(LYDON & GARCIA, 2015). No Brasil, em junho de 2016, a Prefeitura de São Paulo oficializou em
forma de decreto o fechamento da Avenida Paulista, que desde outubro de 2015 interrompe o
tráfego de veículos e é aberta exclusivamente para o uso dos modais do Transporte Ativo aos
domingos. Ambos os movimentos reivindicam espaços para lazer e para deslocamentos a pé e
de bicicleta com segurança e conforto, incentivam o uso de transportes alternativos e repensam
o uso dos veículos automotores na cidade.
Figura 7:
Playing Out, Bristol, Inglaterra.
Figura 8:
Paulista Aberta, São Paulo, Brasil.
Fonte 7:Playing Out. Disponível
e
m:http://pl ayingout.net/inspirationideas/exhibitionsprojects/playing-exhibition-bristol-central-
library/ Acesso em 20 maio 2016. Fonte 8: Uol. Disponível em:
http://noticias.uol.com.br/album/2015/10/18/sem-carros-avenida-paulista-vira-espaco-de-lazer- aos-domingos.htm. Acesso em 16 jul 2016.
3.2 SUBVERSÃO DE USOS NOS ESPAÇOS PÚBLICOS
Nessa seção, apresentamos as ações que se propõem a subverter espaços públicos urbanos,
modificar usos e promover o estímulo à transformação de modos de vida, enaltecendo a importância
dos modais do Transporte Ativo em detrimento dos veículos automotores.
3.2.1. Ações Fase 0
Apresentamos a iniciativa que visa estabelecer praças em locais inesperados ilustrando a
importância da destinação de áreas livres públicas e da valorização dos deslocamentos não
motorizados. Como exemplo dessa iniciativa, o
New York City Plaza Program
(Programa de
Praças de Nova Iorque) lançado pelo Departamento de Transportes da cidade de Nova Iorque
(NYCDOT) em 2008, converte espaços viários nova-iorquinos subutilizados em áreas livres
públicas vibrantes e acessíveis para pedestres, e destinos caminháveis, por meio de parcerias
com organizações locais sem fins lucrativos e associações de moradores. (NYCDOT &
NYCPLAZA, 2016). Todo ano o NYCDOT convida organizações para enviarem propostas de
locais para novas praças. O programa conta com um mapeamento disponível online que delimita
áreas na cidade de Nova Iorque com deficiência de áreas livres ou preferenciais para receberem