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podem gerar impactos permanentes. A feição mais importante das intervenções temporárias é

sua intenção transformadora que tem a capacidade de colocar o espaço em movimento, revelando

“sua dimensão ativa, seu impulso lúdico, sua capacidade de descobrir potencialidades, de

recuperar lugares” (SANSÃO FONTES, 2012, p. 33). O potencial dessas iniciativas temporárias

também está no fato de que elas podem se desenvolver sem maiores impactos ambientais, uma

vez que interferem minimamente no espaço físico das cidades, aumentando sua resiliência.

Experiências temporárias no espaço urbano são ferramentas que podem encorajar o uso de

espaços públicos e repensar a mobilidade urbana a curto e longo prazo. Ações rápidas, baratas

e temporárias, além de parcerias com comunidades locais, permitem intervenções ágeis, flexíveis

e responsivas (NACTO, 2013).

Nesse sentido, ações Fase 0 e iniciativas temporárias têm importante papel no processo de

transformação dos espaços públicos e de novos modos de vida urbanos. Como forma de ilustrar

o potencial do Urbanismo Tático em encorajar e valorizar os modais do Transporte Ativo

identificamos dois tipos de intervenções, as que promovem a proteção e valorização de pedestres

e ciclistas, e as que subvertem prioridades nos espaços públicos, reduzindo a importância dos

carros nas cidades.

3.1.

Proteção e priorização dos modais do Transporte Ativo

Nessa seção apresentaremos exemplos de iniciativas táticas que buscam transformar a lógica do

espaço urbano existente e melhorar as condições de segurança para o Transporte Ativo. Nesse

estudo, lançamos o olhar para espaços viários, identificando intervenções que promovem

oportunidades para proteção e priorização de pedestres e ciclistas por meio de ações Fase 0 e

iniciativas temporárias.

3.1.1. Ações Fase 0

Dentre as iniciativas táticas, podemos observar algumas que se dedicam a identificar maneiras de

tornar o Transporte Ativo mais seguro e recorrente nas cidades. Entre elas podemos destacar

intervenções urbanas que podem ser usadas como ação do poder público para testar mudanças

viárias, melhorar cruzamentos e promover um maior número de espaços destinados ao caminhar

e ao pedalar. Além disso, reconhecemos ações em que a sociedade civil atua na forma de

manifesto, propondo novos desenhos urbanos com suas próprias mãos. Incentivos para o

caminhar e o pedalar são fundamentais para se repensar a mobilidade urbana em larga escala e

fomentar mudanças permanentes. Nos dois casos, destacamos iniciativas que visam equilibrar as

prioridades e adequar o desenho urbano aos modais do Transporte Ativo.

O movimento

Build a Better Block

liderado pela sociedade civil pode ser destacado como exemplo

de iniciativa que desde 2010 propõe o equilíbrio de oportunidades entre pedestres, ciclistas e

veículos automotores em bairros de cidades norte-americanas através da criação de áreas mais

agradáveis e seguras para o caminhar e o pedalar, do fortalecimento da noção de comunidade e

vizinhança, e do incentivo ao engajamento social nas decisões urbanas.