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2. TRANSPORTE ATIVO

Diante dos desequilíbrios entre carros e pedestres, nos questionamos sobre as oportunidades

oferecidas para o caminhar e o pedalar nas cidades contemporâneas, e os desafios para a

mobilidade urbana anunciar mudanças de modos de vida. Como forma de compreender a

importância de tais questões, apresentaremos as definições de mobilidade urbana, mobilidade

sustentável e do termo Transporte Ativo.

Primeiramente, entende-se por mobilidade urbana a possibilidade de deslocar-se na cidade,

(HERCE 2007 apud IZAGA 2014) independente da modalidade de transporte do indivíduo. O

termo mobilidade sustentável (UN-Habitat, 2014) é introduzido como abordagem que visa

impulsionar o caminhar, o pedalar (IZAGA, 2014) e quaisquer meios de transporte menos nocivos

ao meio ambiente. A transformação dos padrões de mobilidade urbana e o incentivo à bicicleta

foram incluídos como metas no termo de cooperação assinado pelos membros da UN-Habitat

2014. Nesse momento, é possível perceber o avanço na maneira de tratar os deslocamentos dos

indivíduos na cidade independente dos transportes motorizados.

O conceito da Sustentabilidade surge por volta dos anos 1990 e indica a necessidade de atenção

ao desenvolvimento sustentável em diferentes esferas, sejam elas: econômica, social, política,

cultural e ambiental, satisfazendo as necessidades das gerações atuais sem comprometer as

futuras. A preservação ambiental é um dos conceitos levantados, principalmente no que tange a

emissão de poluentes por veículos automotores, indústria, entre outros. No Brasil, em 2012, o

Ministério do Meio Ambiente do Governo Federal aprovou a Política Nacional de Mobilidade

Urbana, Lei Federal nº 12.587, que coloca os pedestres e ciclistas no topo das prioridades, além

de indicar a necessidade de mudanças profundas nos padrões tradicionais de mobilidade.

Para alguns autores, a mobilidade urbana é compreendida como uma importante atividade social

e cultural que afeta e transforma as pessoas e o ambiente. Repensar as ruas e os espaços

públicos pode ser um caminho para impulsionar a interação e convívio social nas cidades

(ANDRADE et al., 2012). Assim, a abordagem do Transporte Ativo reforça o conceito de

mobilidade sustentável, uma vez que incentiva que os deslocamentos na cidade sejam realizados

através de meios de transporte à propulsão humana, como caminhadas a pé, pedaladas, etc,

“formas antigas e ao mesmo tempo revolucionárias de locomoção” (PELEGI, 2016, p. 55). Com

isso, avançamos na busca pela compreensão do papel do Urbanismo Tático em repensar a

mobilidade urbana e encorajar o Transporte Ativo.

3. URBANISMO TÁTICO NO INCENTIVO AO TRANSPORTE ATIVO

O Urbanismo Tático tem sido construído no século XXI como uma abordagem que pretende tratar

os paradigmas urbanos contemporâneos utilizando ações rápidas e facilmente executáveis para

demonstrar a possibilidade de mudanças em larga escala e a longo prazo nas cidades. O termo

tomou forma a partir de 2011 com uma publicação de um grupo de jovens urbanistas, Mike Lydon

e Anthony Garcia, entitulada

“Tactical Urbanism: Short-term Action, Long- term change”

, que

apresentou o progresso de intervenções táticas em espaços públicos na América do Norte

(PFEIFER, 2013). O Urbanismo Tático, segundo Lydon & Garcia (2015) preconiza que deve existir

uma estreita ligação entre sociedade e poder público chamada “

Bottom up – Top Down

”,

demonstrando que pode partir das esferas públicas e/ou da sociedade civil o desejo em promover

novas experiências urbanas, apropriações, preservação do ambiente construído da cidade e

democratização do uso do solo citadino, contanto que haja participação social.