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This paper aims to debate the potential of Tactical Urbanism in promoting Active Transportation by
revealing opportunities of transformation in the urban space of contemporary cities through initiatives
that promote the protection and valorization of the presence of pedestrians and cyclists in cities, and
that subvert the importance of motorized vehicles. In this paper we are presenting the character of
these actions in two different ways: when they are use as tests for permanent interventions and
when they have pre-defined start and end periods. Using recent initiatives to illustrate, we aim to
discuss the role of small-scale actions in promoting and incentivising a more active, healthy,
sustainable and responsive urban way of life, presenting how some of them have developed through
public policies. For that we will present some examples of tactical actions that illustrate the
encouragement of Active Transportation and trials to balance the urban opportunities for pedestrians
and cyclists. These include: temporary closure of streets, the creation of new alternatives and more
comfortable areas for walking and cycling, and the subversion of uses in public spaces where the
usage of cars are predominant.
Keywords:
Tactical Urbanism; Active Transportation; sustainable mobility
1. INTRODUÇÃO
Ao longo da história das cidades, praças, parques e ruas foram importantes elementos urbanos
promotores de encontros e trocas sociais. Harvey (2014) aponta que antes do surgimento dos
automóveis, as ruas eram um lugar de socialização popular e de lazer, contudo, esse tipo de uso
foi comprometido e transformado em um espaço para os carros. A valorização de políticas
rodoviaristas e do uso do automóvel no século XX reduziu a importância do pedestre nas cidades,
e consequentemente, de seus espaços públicos, substituindo a cultura do andar sem objetividade,
as expressões sentimentais, imaginárias e sensoriais da vida urbana. (SILVA, 2008).
No entanto, muitos autores reconhecem na atualidade a busca pela valorização e ressignificação
do espaço público como promessa de um elemento urbano coletivo de cidadania, de integração
e convivência social. Nesse contexto, o papel das ruas, da mobilidade urbana e da condição dos
pedestres e dos meios não motorizados estão sendo revistos. Pedestres e ciclistas estão
ganhando espaço não somente na discussão acerca de seus deslocamentos, mas também em
relação à ressignificação de áreas públicas de permanência e lazer nas cidades (ANDRADE et
al., 2012).
Diante da ênfase rodoviarista do desenho urbano e dos desequilíbrios entre oportunidades para
pedestres e veículos automotores nas cidades, propomos a uma reflexão sobre a importância da
inserção de duas abordagens emergentes nos debates contemporâneos, a do Urbanismo Tático
e do Transporte Ativo , ressaltando a relevância das experiências táticas como ativadoras de
transformações sustentáveis. O presente artigo tem como objetivo construir um debate acerca do
potencial do Urbanismo Tático em repensar a mobilidade urbana e impulsionar o Transporte Ativo
ao evidenciar possiblidades de transformação no espaço urbano contemporâneo através de
iniciativas que promovam a proteção e valorização de pedestres e ciclistas, e a subversão de usos
em espaços públicos reduzindo a importância do carro nas cidades. Apresentaremos ações que
possuem variados graus de eficácia, e consequentemente, diferentes níveis de impactos em
relação ao encorajamento do Transporte Ativo.
Termo originalmente utilizado na Biologia para designar a energia usada pelas células para o
tráfego de moléculas através da membrana plasmática.