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more importance. The objective of this research is to analyze the application of computational
modeling tools based on CFD (Computational Fluids Dynamics) language in the teaching of
architecture and urbanism, as a way to enable future professionals to better deal with the challenges
faced in the urban environment. Several factors can be analyzed in the computational simulation
resulting in more environmentally efficient and economical design solutions. The methodology
involved the research and testing of software available for the study of ventilation and aerodynamics
of buildings. Similar simulations were performed on the content of the reference bibliography, which
was generally based on mathematical models and simulations of physical wind tunnel models or
water table, such as Olygay (1998) and Mascaró (1985). The results showed that the softwares
analyzed, among the ones available in the market, presented specific potentialities for each project
phase and for each scale of study (urban environment, the building and the internal space). The
work allows to conclude that such softwares can be accessible to students of Architecture and
Urbanism, contributing to its popularization in the teaching and in the market.
Keywords:
Architecture Education; Simulation; Ventilation; Building Aerodynamics
1. INTRODUÇÃO
Mais que somente edificar o espaço, o Arquiteto e Urbanista pensa holisticamente os desafios
oferecidos pelo projeto arquitetônico ainda em sua fase de concepção e define o desempenho dos
edifícios em relação ao conforto de seus usuários (KOWALTOWSKI,1993). Além disso, busca
soluções que darão diretrizes para toda a fase de projeto e que, por consequência, resultem
edificações mais sustentáveis.
Para entendermos a importância de uma análise criteriosa do efeito do vento e o debruço dos futuros
Arquitetos e Urbanistas em uma análise do microclima é primordial entendermos a realidade do
ritmo que segue o processo de urbanização nas cidades brasileiras que, cada dia mais, modifica
sua configuração. Segundo os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), em 2010, é visível a tendência à urbanização: 84,4% dos brasileiros já domiciliavam
em áreas urbanas, número muito significativo em relação ao número divulgado pelo mesmo instituto
em 1960, quando este número era de 45,1%. Seguindo a lógica destes dados, a tendência mais
previsível é a expansão da cidade até as zonas rurais e, quando não mais possível, uma expansão
verticalizada e também um espraiamento para a periferia que gera uma nova e desafiadora forma
da cidade.
Como desdobramento do crescimento exponencial da área urbanizada no Brasil é gerado um
impacto que interfere não somente na organização e na morfologia da cidade, mas também na
salubridade dos espaços projetados, já que resulta da mudança anormal do microclima, seja por
conta dos afastamentos entre edifícios, do entorno adensado, da pouca iluminação, do
desmatamento e também da baixa qualidade do ar. Neste contexto, estamos diante da denominada
ilha de calor, evento típico das cidades urbanizadas. Não se pode generalizar que a urbanização
traga apenas ônus à cidade, contudo segundo Figueiredo (2007) as “áreas urbanas são
desafiadoras para o uso da ventilação natural.”, pois as barreiras aumentam e diminui a velocidade
do vento. (FIGUEIREDO, 2007 apud URBVENT, 2004). Neste sentido, os construtores da cidade
têm de estar munidos de ferramentas para conseguir solucionar estas complexidades do espaço.
De acordo com a literatura, conforme sustenta Givoni (1976) os fatores climáticos são primordiais e
devem ser levados em conta no exercício projetual e no “desenho dos edifícios”, destacando-os,
como “radiação solar, comprimento de onda da radiação, temperatura do ar, umidade, ventos e
precipitações”.