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padrões selecionados do artigo “Planejamento centrado na criança” de McLennan (2013). Na visão
de McLennan (2013), os projetos urbanos que têm a aplicação da linguagem de padrões de
Alexander lhe poderiam ser muito útil, “afinal se vários lugares compartilham padrões comuns, como
afirma Alexander, então comunidades voltadas para as crianças também devem revelar certos
padrões que podem formar a base para esse tipo de planejamento”. Somou-se aos padrões de
McLennan “as pétalas” do Living Building Challenge 3.0 (2014): as preocupações com o lugar, água,
energia, saúde, materiais, equidade, estética, educação,
A Permacultura também foi um conceito que norteou o projeto. Os princípios da Permacultura
estabelecidos pelos australianos Bill Mollisson e David Homgren nos anos 1970 integram uma
metodologia para o desenho de comunidades humanas sustentáveis. Na Casa de Brincar, foram
aplicados os seguintes princípios da flor da Permacultura: “Manejo da terra e da natureza” com as
técnicas de jardinagem que serão utilizadas no espaço livre da escola, com as hortas e a mini
floresta que serão plantadas, da “Cultura e educação” com as práticas pedagógicas que serão
adotadas pela escola, da “Saúde e bem-estar espiritual”, pois serão ensinadas às crianças práticas
que corroboram neste sentido, das “Ferramentas e tecnologias” com o manejo dos resíduos
orgânicos e reciclagem e do “Espaço construído”, pois serão utilizadas técnicas de bioconstrução e
bio-arquitetura. Na tabela 1 estão enumerados os padrões e princípios aplicados.
Tabela 1 –
Lista de Padrões e Princípios aplicados ao projeto
1. Edificações conectadas - as edificações são conectadas por uma ponte no terraço;
2. Iluminação e ventilação natural;
3. Cavernas para as crianças - crianças adoram espaços restritos;
4. Terraços - jardins - o terraço é um teto verde;
5. Senso de perigo - é importante ter elementos nos quais as crianças possam testar os limites, com
segurança. Na Casa de Brincar há diversos brinquedos que possibilitam isto;
6. Contato com a natureza – o projeto tem muita área verde, plantações, árvores e hortas;
7. Hortas, plantações e jardins de aprendizagem;
8. Espaços para atuações artísticas;
9. Pátios cheios de vida - através da entrada de luz natural, da vegetação e de elementos lúdicos se confere
vida aos pátios;
10. Vistas internas e externas - oferecer vistas intrigantes e interessantes.
11. Transparência visual;
12. Elementos de sustentabilidade usados também como ferramenta de educação;
13. “Cave espaces” (espaço individuais) - espaços tranquilos para reflexão e brincadeira individuais;
14. Ambiente de ensino - toda a escola configura um ambiente de ensino, há elementos de aprendizagem
e de estímulo à criatividade e autonomia em todo o espaço escolar, as salas são interligadas, formando
um só ambiente, evitou-se quinas e cantos muito marcados, é fácil transitar entre as áreas externas e
internas;
15. Espaços de aprendizagem informais;
16. Escola junto à via de pedestres – neste caso é uma via compartilhada;
17. Preocupação com o fechamento da área;
18. Entrada convidativa;
19. Entrada principal bem marcada e relacionada com a rua;
20. Acessibilidade – Não diferença de cota de nível em todo o projeto, solução favorável à acessibilidade
de para deficientes físicos e visuais. O terraço pode ser acessado através de plataforma elevatória;
21. Pequenas escolas - onde a relação professor-aluno é mais íntima e humana.
22. Espaço para exposição de trabalhos;
23. Mobiliário desenhado na escala da criança;
24. Escala humana - Elementos proporcionais para que a criança não se sinta oprimida;
25. A criança e o sentar - Vários tipos de assentos espalhados pela escola;