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al (1977) sobre uma “linguagem de padrões”, que foi adotada no processo participativo, metodologia
utilizada pelo grupo Periférico com o intuito de envolver a comunidade local no desenvolvimento do
projeto, visando a compreensão de suas necessidades e demandas. Assim, a partir da escolha
consciente dos métodos foi possível alcançar o resultado desejado, um projeto definido por um tripé
de diretrizes formado pelo pilar social, o educacional e o da sustentabilidade. Tais métodos serão
detalhados a seguir.
3.1 Revisões de referências e metodologias pedagógicas
Para o bom entendimento da relação edifícios escolares e pedagogia, e com o objetivo de apreender
como explorar o espaço físico em quanto elemento educador, investigou-se algumas experiências
e conceitos considerados transformadores no âmbito da educação, estudou-se as pedagogias
Waldorf, Montessori
e
Reggio Emilia
, as experiências da Escola da Ponte, em Portugal, do Projeto
Âncora, em Cotia, São Paulo e o do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, em Minas
Gerais, além dos conceitos de “Espaço Educador”, “Educação Integral” e “Ensino Personalizado”.
Para orientar como seria o projeto do espaço físico para essa nova educação buscou-se referências
em projetos arquitetônicos que também se afastassem do convencional (predominante atualmente)
e que tivessem viés sustentável ou um projeto centrado na criança. Foram analisados os projetos
da
Green School
, em Bali, Indonésia, da
METI School
, em Rudrapur, Bangladesh, do Jardim de
infância
Forfatterhuset
, em Copenhagen, Dinamarca e do Jardim de Infância FUJI em Tokio, Japão.
Todas essas referências serviram, de alguma forma, como inspiração para a criação da forma e da
estética da Casa de Brincar.
3.2 Visita às escolas e creches de Brasília, e da Cidade Estrutural
Com o intuito de conhecer e definir como deve ser o programa de necessidades de uma escola
infantil visitou-se algumas instituições educacionais em Brasília, novamente foram escolhidas as
que possuem um modelo de ensino que se aproximasse ao planejado para a Casa de Brincar.
Foram visitadas as instituições: Moara, escola
Waldorf
,
Affinity Arts,
que estimula o aprendizado
através da expressão artística, Vivendo e Aprendendo, creche que fomenta a autonomia e liberdade
dos alunos e a Creche Alecrim, que se sustenta por meio de doações e localiza-se na Cidade
Estrutural. Conhecer os espaços físicos de cada uma dessas escolas contribuiu para ter melhor
entendimento dos parâmetros de projeto voltados para a realidade brasileira, quais tamanhos os
ambientes apresentariam e como seria sua distribuição no terreno. Durante a primeira visita à
creche Alecrim, na Cidade Estrutural, o objetivo principal foi identificar as necessidades e
expectativas dos atores envolvidos como a diretora, as professoras e mães e pais presentes. Com
o cuidado de deixá-los à vontade para revelar suas expectativas em relação ao projeto, analisando
o anseio de cada membro da equipe.
3.3 Aplicação de Padrões de Projeto e princípios da permacultura
Para traçar as diretrizes que nortearam o projeto da Casa de Brincar seguiu-se a metodologia de
linguagem de padrões desenvolvida por Alexander et al (1977), o autor estudou uma série de
situações-problemas que costumam acontecer frequentemente em projetos arquitetônicos e
desenvolveu soluções para elas, chamadas de “padrões de projeto”. Os padrões são derivados da
observação de variados eventos reincidentes entrelaçados à geometria espacial no ambiente
construído que geram uma linguagem que refletem um modo intemporal de construir (BARROS,
2009). Selecionou-se padrões do próprio Christopher Alexander presentes em seu livro “Uma
linguagem de padrões”, além dos padrões apresentados no livro “Arquitetura Escolar” de Doris
Kowaltowski que desenvolveu parâmetros para auxiliar em projetos de arquitetura escolar e ainda,