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adimensional, com valores que variam entre 0 e 1, onde µ=0 significa que não há pertinência e onde
µ=1 significa que o elemento pertence totalmente ao conjunto em questão (Figura 4).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em uma das pesquisas realizadas pelos autores (BRASILEIRO; MORGADO; TORRES, 2014)
foram analisadas a orientação (Norte, Sul, Leste ou Oeste), a área de abertura (F
vent
) e a existência
ou não de sombreamento (somb) de esquadrias em ambientes residenciais no Rio de Janeiro (Zona
Bioclimática 8) e suas influências na classificação de eficiência energética. Os resultados da
classsificação, em escala de grau hora de resfriamento (GH
R
), atingidos por estes ambientes foram
apresentados em um sistema linear com as posições correspondentes aos valores de referência
das classificações (Figura 5).
Figura 5. Representação gráfica comparativa do resultado da classificação do mesmo ambiente
avaliado com dois modelos diferentes de esquadrias, testados para quatro orientações
Na linha superior da Figura 5, tem-se que as orientações Sul, Leste e Norte das esquadrias atingem
classificação C (na faixa amarela), todas com EqNumEnv
Resfr
= 3, mas a orientação Sul é claramente
mais eficiente que as outras (Leste e Norte). Já no estudo de caso representado na parte inferior da
Figura 5, as orientações Sul e Leste das esquadrias levam o ambiente à classificação A (na faixa
verde-escuro), de maior eficiência. Percebe-se, no entanto, que os quatro resultados atingidos no
estudo de caso estão próximos dos limites entre as classificações A (na faixa verde escuro) e B (na
faixa verde claro). Contudo, para o consumidor leigo, que irá adquirir um imóvel com a classificação de
eficiência energética, a princípio, não haverá diferença entre as orientações situadas em uma mesma
faixa de classificação, porque todas são representadas pela mesma letra e cor. Isso coloca, por
exemplo, as situações Norte e Oeste, na barra superior da Figura 5, bem próximas, apesar de cada
uma estar em uma faixa diferente. Por outro lado, na mesma barra, as situações Sul e Norte, apesar
de estarem na mesma faixa, têm uma distância maior entre elas, aferindo à primeira situação uma
maior eficiência energética.
Deve ser mencionado que, na ENCE residencial, é possível, para alguém que tenha algum
conhecimento sobre a etiquetagem, saber o real valor numérico da classificação, por meio do valor
da pontuação total (PT), colocado logo abaixo da letra de classificação (Figura 2). Porém, para a
grande massa de consumidores, tal informação não é facilmente compreendida. Além disso, ainda
no âmbito de quem conheça a etiquetagem, o valor da pontuação total considera todos os sistemas
avaliados além da envoltória, não sendo possível, perceber,
em termos numéricos
, diferenças nas
classificações parciais desses sistemas. Uma expressão de resultados por meio da Lógica
Fuzzy
poderia indicar, por exemplo, que na barra superior da Figura 5, a orientação Oeste tem um grau de
pertinência ao conjunto de classificação nível D tal que está muito próximo ao conjunto de
classificação nível C, e que a orientação Norte, apesar de estar no conjunto de classificação nível C,
Fonte: Brasileiro; Morgado; Torres (2014)