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A partir de 2003, as edificações passaram a fazer parte do programa, com a instituição do Procel Edifica

(Programa Nacional de Conservação de Energia em Edificações), incentivando a conservação de

energia e o uso racional dos recursos naturais (ventilação, iluminação natural, água, etc.), reduzindo os

desperdícios e os impactos sobre o meio ambiente, mas foi a partir de 2009 que as edificações

passaram a poder receber a sua classificação por meio da ENCE. Naquele ano, foi lançado o RTQ-C

(Requisitos Técnicos da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de

Serviços e Públicos) (BRASIL, 2013), e em 2010 foi lançado o RTQ-R (Regulamento Técnico da

Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais) (BRASIL, 2012).

Para as edificações, a etiquetagem ainda é um processo voluntário, com exceção dos edifícios

públicos federais, novos ou em processo de

retrofit

(BRASIL, 2014), mas é de se esperar que, com

o tempo, a ENCE venha a se tornar um fator preponderante no valor venal de um imóvel. Essa

expectativa torna-se mais relevante quando se considera que o tempo de vida útil de uma edificação

gira em torno de 50 anos e se estima a economia financeira que o consumo eficiente vai gerar no

decorrer desse tempo de uso.

A classificação das edificações também é feita segundo os cinco níveis expressos pelas letras de “A” a

“E”, exibidas na ENCE (Figura 1 e Figura 2), e é por meio dessa classificação que os consumidores

passam conhecer o desempenho energético do imóvel que estejam adquirindo. Porém, a partir de

pesquisas desenvolvidas pelos autores

12

, pôde ser constatado que a informação da classificação do

nível de eficiência, expressa em variáveis tradicionais de conjuntos

Crisp

(TANAKA, 1996), pode induzir

o consumidor a percepções equivocadas sobre o real desempenho energético da edificação, já que

resultado pode estar em uma determinada faixa de classificação, porém muito próximo de outra faixa

consecutiva. Entendem os autores que a informação da classificação poderia ser mais bem expressa se

fossem utilizadas variáveis de conjuntos

Fuzzy

(ROSS, 2004), por admitirem uma melhor aproximação

do resultado real, sem promover a

estanqueidade entre os diversos níveis de

classificação. Segundo Bauchspiess (2008),

tanto a lógica

Fuzzy

quanto as redes neurais

artificiais são “aproximadores universais”,

que permitem incluir a imprecisão na

resolução de uma função.

Não exatamente na expressão dos

resultados, mas nos procedimentos

metodológicos para a sua obtenção, Neto e

Fiorelli (2008) e Melo

et al.

(2013) sugerem

que o uso das redes neurais podem ajudar

a produzir resultados mais precisos na

avaliação da eficiência energética nas

edificações. E utilizando a lógica

Fuzzy

propriamente dita, mas não no Brasil, há

autores que propõem a sua inclusão nos

sistemas locais de avaliação de eficiência

energética nas edificações. Na Turquia, Kabak

et al.

(2014) propuseram utilizar a lógica

Fuzzy

para

estabelecer o peso de cada um dos critérios de avaliação adotados no seu sistema. Já na índia,

Bansal

et al.

(2014) desenvolveram uma metodologia de avaliação mais flexível de pontuação para o

sistema local, considerando a lógica F

uzzy

na atribuição de pesos e pontuações dos trinta e quatro

12

Brasileiro; Morgado; Torres, (2014); Brasileiro

et al

., (2015); Rosa

et al.

, (2016).

Figura 2.

ENCE

de

Edificações

Residenciais

Fonte: Brasil (2013a)

Figura 1.

ENCE

de

Edificações

Comerciais

Fonte: Brasil (2013a)