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1. INTRODUÇÃO

A norma ASHRAE: 55 (2013) define conforto térmico como a condição de satisfação do homem

com o ambiente térmico que o circunda. As exigências humanas de conforto se relacionam, em

parte, com o funcionamento de seu organismo (FROTA, SCHIFFER, 2003). O conceito de

conforto abrange ainda fatores psicológicos subjetivos: a satisfação do usuário, seu conforto,

saúde e prazer térmico (NICOL, HUMPHREYS, 2002).

Os modelos adaptativos de conforto térmico surgem na última década do século XX (MONTEIRO,

ALUCCI, 2010) em oposição aos modelos estáticos de conforto, aplicáveis aos edifícios que se

utilizam de sistema de condicionamento mecânico (FANGER, 1970). Os modelos adaptativos

aplicam-se a edifícios naturalmente ventilados; propondo uma abordagem comportamental e se

justificam pelo fato de que os indivíduos se adaptam ao meio, tanto fisiologicamente quanto

psicologicamente. As opções que as pessoas encontram para reagir refletem sua situação:

aquelas que têm mais oportunidades de se adaptar ao ambiente ou de adaptar o ambiente às

suas necessidades provavelmente se sentirão menos desconfortáveis (NICOL

et al

., 2012).

Um edifício com bom desempenho térmico é aquele cuja temperatura interior se altera

gradualmente em resposta a mudanças na temperatura externa e raramente extrapola as faixas

de conforto estabelecidas (CIBSE, 2006).

A ventilação é importante para a remoção de carga térmica através da convecção. Ampliando o

limite superior da zona de conforto, proporcionando um efeito de resfriamento fisiológico direto

mesmo quando o ar está bastante quente, próximo dos 30

o

C. Seu efeito no edifício é o de

aproximar a temperatura do ar interno, e também das superfícies, da temperatura externa

(GIVONI, 1994). A ventilação natural, proporcionada pelas aberturas na envoltória aliada a outras

estratégias passivas, como o uso de massa térmica exposta no interior dos ambientes

(GONÇALVES, 2015), pode favorecer oportunidades adaptativas e, assim, melhorar as condições

de conforto e satisfação para os usuários.

O edifício “Vila Penteado”, mais conhecido como “FAU Maranhão” é um dos poucos

remanescentes da arquitetura

art noveau

da capital paulista, construído entre os anos 1902 e

1903, projetado pelo arquiteto Carlos Ekman, tornou-se um ícone na paisagem do bairro de

Higienópolis. Com área construída totalizando 2.206,42m², com dois pavimentos, além de porão e

sótão, é caracterizado por um saguão central (objeto de estudo deste trabalho) e duas alas

laterais estendidas, onde se distribuem os demais ambientes da edificação. O edifício encontra-se

hoje num ambiente urbano adensado, onde a velocidade e a direção dos ventos tornam-se

incertas, com menos áreas verdes e menor insolação causada pelas sombras dos novos edifícios

.

2. OBJETIVO

Trabalho desenvolvido como estudo de caso

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de desempenho térmico de edificação. O trabalho

foi realizado em duas etapas:

I. Estudo do edifício e medições

in loco

: nos meses de setembro e outubro, foram medidos no

local dados de temperatura e umidade do ar, temperatura de globo e velocidade do ar, os

quais permitiram uma análise do desempenho térmico do ambiente estudado.

II. Simulação computacional: compreendendo que a função da simulação computacional seja

indicar diferenças entre cenários distintos em estudos preditivos de conforto térmico (ALVES,

15

Edifício “FAU Maranhão” onde se situa o curso de Pós-Graduação da FAUUSP. Compõe-se de um conjunto de estudos realizados

por alunos, apresentado como trabalho final de disciplina de pós-graduação.