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cidades e se refere à facilidade de deslocamentos de pessoas e bens no espaço urbano. Tais

deslocamentos são feitos através de veículos, vias, e toda a infraestrutura (vias, calcadas, etc.) que

possibilitam esse ir e vir cotidiano”. O alcance da mobilidade urbana sustentável requer um olhar

para as políticas públicas que, além de proporcionar o acesso amplo e democrático aos espaços

urbanos, sejam também um importante instrumento para se atingir o desenvolvimento social,

econômico e ambiental, de forma equilibrada, sem prejudicar o meio ambiente.

Por forma urbana se considera a expressão ou materialidade física da cidade. Os espaços da cidade

podem ser revelados, por exemplo, pela investigação das áreas verdes e abertas e por meio dos

índices urbanísticos (densidades, índice de ocupação, índice de aproveitamento, gabarito) previstos

na legislação de ordenamento do território e pelo tipo de tecido urbano. Esses elementos

caracterizadores da forma urbana levam a arranjos espaciais diferenciados, oriundos de distintos

processos de ocupação do território e expansão urbana.

Ao considerar tais premissas, a pesquisa explora a compreensão de parâmetros urbanísticos

associados aos aspectos da forma urbana (zoneamento, densidade, condições de parcelamentos

do solo urbano, etc.) de modo a investigar como impactam na geração de viagens e deslocamentos

dentro da cidade, podendo influenciar sobremaneira a mobilidade urbana sustentável.

Em função disso, foi elaborado um

“Procedimento de Análise Espacial”- PAE

que pudesse

estabelecer graus de indução dos elementos da forma urbana em relação à mobilidade, tendo em

conta que os mesmos não ocorrem de forma isolada. Igualmente, adotou-se uma estratégia que

pudesse: (i) espacializar as variáveis que são potencialmente responsáveis pela mobilidade urbana

sustentável e; (ii) hierarquizar as relações entre os elementos da “Forma Urbana” e de “Transporte

e Circulação”.

Para dar conta da variabilidade dos diferentes arranjos espaciais, foram identificadas abordagens

que trabalhassem com incertezas. Os estudos (Ribas, 1988; Ribas, 2003; Faria, 1996; Ian MacHarg,

1969) remeteram-nos aos métodos de avaliação de riscos ambientais que lidam com um conjunto

amplo de possibilidades de arranjo entre variáveis e também com graus de incerteza sobre os

efeitos esperados e que conseguem, com certo nível de assertividade, estabelecer graus de risco

de ocorrência de impactos negativos e positivos.

A partir destas considerações, a escolha recaiu sobre a Análise de Risco Ecológico (ARE) que

deriva de estudos ambientais de sustentabilidade (Faria, 1996) e assume que, para se avaliar

determinada área, deve-se seguir o princípio da seleção de critérios. De modo geral, o método ARE

propõe uma espécie de estrutura em árvore que conduz a escolhas e interpretações para cada

unidade de análise espacial, até se chegar a um resultado em uma determinada matriz. O método

possibilita quantificar, hierarquizar e espacializar os riscos que determinadas atividades antrópicas

podem representar para os fatores naturais da paisagem.

De modo análogo, buscou-se na interpretação deste método (ARE), as bases para se estabelecer

um novo

Procedimento de Análise Espacial (PAE)

, no qual fosse possível, quantificar, hierarquizar

e espacializar os efeitos provenientes de determinado arranjo da forma urbana nas condições de

mobilidade, considerando os Eixos de Análise I e II citados.

A discussão está fracionada em duas partes: a primeira corresponde aos aspectos conceituais,

metodológicos e técnicos do PAE, e a segunda compreende as interpretações acerca da utilização

deste método para as análises da mobilidade urbana sustentável com vista ao planejamento urbano.

2. ASPECTOS CONCEITUAIS, METODOLÓGICOS E TÉCNICOS DO

PAE

Para avaliar o potencial de mobilidade sustentável, relacionando forma e mobilidade, e testar as

variáveis dispostas nos Eixos de Análise I e II, buscou-se no arranjo conceitual e metodológico da