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O primeiro Plano Diretor Físico (PDF) do
Campus
Alaor de Queiroz Araújo, datado de 1977, teve
como objetivo ordenar a expansão dos espaços construídos da Universidade, estabelecendo
critérios e parâmetros para seu desenvolvimento, bem como a disponibilidade de áreas e a
infraestrutura necessária de acordo com o uso e ocupação do solo. No entanto, com o passar dos
anos, as construções foram implantadas fora do planejamento e dos parâmetros estabelecidos.
Com o programa de Expansão das Universidades Federais (Reuni), instituído pelo Decreto nº
6.096/2007, a Universidade estimou um incremento de 20% na sua área construída em apenas 5
anos, o que reforçou a necessidade de elaboração de um novo Plano Diretor. Foi desenvolvida uma
nova versão no ano de 2008, passando a orientar sobre as novas construções e intervenções a
serem realizadas, incluindo os edifícios previstos no Reuni. Em 2015 iniciou-se uma nova revisão
do PDF, de modo a adequar-se ao Plano Diretor Urbano da Cidade de Vitória, bem como às
necessidades geradas em função da construção e ampliação de edificações e novas demandas de
espaço físico.
Dessa forma, necessitou-se desenvolver Planos Complementares, tratando de assuntos que até
então não tinham sido trabalhados. Diante disso e da urgência em se debater o tema e implementar
ações efetivas de acessibilidade dentro da Ufes, definiu-se como prioritário o desenvolvimento do
Plano Complementar de Acessibilidade para o
campus
Goiabeiras, com o objetivo de tornar a Ufes
uma instituição inclusiva e diversa, capaz de garantir a integração de pessoas com deficiência à
vida acadêmica, de acordo com as diretrizes do seu Plano Diretor Institucional (UFES, 2015).
Como parte desse plano, a presente pesquisa buscou identificar barreiras arquitetônicas existentes
nos trajetos do
campus
, com o objetivo de subsidiar estratégias de melhoria da qualidade de vida e
acessibilidade dos espaços. Trata-se de um mapeamento, uma vez que não existia estudo prévio
sobre o nível de dificuldade e barreiras arquitetônicas existentes. A proposta é de que, no futuro, o
mesmo diagnóstico seja realizado para os demais
campi
e para as edificações em geral.
2. OBJETIVO
O sistema de circulação de pedestres representa importante parcela do ambiente construído e é
grande responsável pelo deslocamento dentro da Universidade, fundamental à mobilidade. Nesse
sentido, os passeios e passarelas são importantes elementos de circulação. O objetivo desta
pesquisa foi avaliar e categorizar as passagens externas às edificações e os acessos ao
campus
Goiabeiras/Ufes, a fim de embasar propostas de intervenção e diretrizes que assegurem a
acessibilidade.
Acredita-se que a dificuldade de acesso e deslocamento desestimula as pessoas com dificuldade
de locomoção a ingressar ou permanecer na universidade. Além disso, entende-se que a
acessibilidade no espaço construído atua como um sistema de inclusão, afim de tornar o espaço
para os indivíduos mais autônomos, independentes e seguros. Esses são os princípios que regem
o conceito de desenho universal e a NBR 9050:2015, norma utilizada como referência para o
levantamento técnico e diagnóstico desenvolvidos nessa pesquisa. Assim, testou-se na
metodologia desenvolver soluções visando eliminar barreiras arquitetônicas que impeçam a
acessibilidade plena dos usuários do
Campus
de Goiabeiras da Ufes.
3. MÉTODO DE PESQUISA
O
campus
Alaor de Queiroz Araújo, ou
Campus
Goiabeiras, está localizado no bairro Goiabeiras,
na capital Vitória. Foi criado em 1966, ocupando uma área de 1.565.298,66m², que atualmente
comporta 149.227,61m² construídos, distribuídos em 165 edificações (Figura 1). Estima-se que 22