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4. DESENVOLVIMENTO DO INDICADOR DE EFICIÊNCIA DE ESPAÇO
A forma como um edifício é projetado, a geometria, a organização dos compartimentos, e outros
aspetos de layout podem influenciar a eficiência do espaço. Além disso, o rácio entre área de
construção
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e área útil e/ou área habitável , pode também ser influenciado pela solução construtiva
a ser utilizada. Diferentes soluções construtivas requerem diferentes espaços, devido a vigas,
pilares e outros compostos aplicados. A utilização de uma parede com uma estrutura em aço poupa
um terço do espaço quando comparada com a típica solução de alvenaria (Bragança; Mateus,
2012). Esta área pode depois ser utilizado para otimizar a área habitável das divisões habitáveis,
tais como quartos. Tratar de eficiência de espaço em projetos de reabilitação é ainda mais relevante,
visto que requer um profundo conhecimento da estrutura existente. Se o alvo for manter os
elementos existentes o máximo possível, os projetistas devem ter em atenção que há limitações na
estrutura atual, e devem tentar tirar vantagem com cuidado dos elementos existentes.
Numa fase inicial do projeto, especialmente em projetos de construção nova, o número exato de
compartimentos habitáveis (que conduz à área habitável) pode ainda ser desconhecido, tal como a
área útil. A procura pela análise do rácio entre área útil e área interna e a sua dependência da
tipologia construtiva levou a um estudo paramétrico efetuado para avaliar uma possível relação
entre área de construção e área útil e/ou área habitável por tipologia construtiva. Este estudo
também permitiu traçar
benchmarks
para a área por utilizador. Para tal, a metodologia proposta por
Castro et al. (2015) foi posto em prática. A “prática convencional” foi considerada como a
mediana
dos dados avaliados, 20,76 m
2
/p. A “melhor prática” foi o limite inferior do primeiro quartil, o que
significa que a fronteira dos valores intermédios de 50% é 20,76 m
2
/p.
No caso da reabilitação, as soluções construtivas utilizadas para construir novos elementos devem
ser o mais similares possível às já existentes ou as que originam uma menos perda de área interna.
Com este princípio em mente, um estudo similar foi conduzido para a reabilitação de edifícios. O
objetivo foi desenvolver um indicador quantitativo, baseado em dados existentes aquando da
avaliação, de modo a guiar os projetistas para um modo mais eficiente de planeamento de espaço.
foi decidido que incluir dois aspetos da avaliação que tinha sido feita pela ferramenta de construção
nova: (i) uso da área disponível e, (ii) área disponível por residente. O segundo parâmetro utiliza o
mesmo procedimento para a nova construção, tal como se apresenta brevemente. o primeiro foi
adaptado para reabilitação, como apresentado em baixo. Há outros possíveis parâmetros para
avaliar a eficiência de espaço, mas esses são altamente relacionados com o aspeto e arquitetura
do edifício, assim como as necessidades do cliente. Estes seriam impossíveis de incorporar nesta
avaliação por duas razões principais. Primeiro, numa fase inicial de projeto não há planos definidos
quanto à organização interna do edifício. Seria, portanto, imprudente adicioná-los nesta fase.
Segundo, porque pode trazer subjetividade à ferramenta, visto que as necessidades de um cliente
podem não ser as mesmas de outro, e assim o que pode eficiente para um pode não ser o caso
para outro.
De seguida, a pesquisa necessária para o desenvolvimento do cálculo do parâmetro é apresentada.
Área de Construção |
superfície total de um edifício, medida externamente em cada piso. Inclui todos os espaços dentro do edifício,
tais como varandas, sótãos terraços e espessura das paredes exteriores.
Área útil
| Soma das áreas dentro de um edifício, inclui compartimentos habitáveis, zonas de circulação verticais e horizontais, mobiliário
embutido e instalações sanitárias. Exclui a espessura das paredes externas.
Área Habitável |
Área no interior do edifício destinada para aos utilizadores usufruírem regularmente. Exclui áreas de circulação,
instalações sanitárias, compartimentos não habitáveis (sem luz natural), e anexos exteriores. É medido pela face interna das paredes de
delimitam o compartimento.