1767
4.1 Avaliação da evolução da área disponível: pré- e pós-reabilitação
Ao contrário do estudo da construção nova, é impossível relacionar área disponível com a tipologia
construtiva, visto que todos os projetos analisados usam praticamente as mesmas soluções. O
estudo paramétrico analisou assim alguns edifícios, trinta e sete, comparando áreas em situações
de pré- e pós-reabilitação, verificando como as ações podem aumentar ou diminuir a eficiência de
espaço.
Para analisar e assinalar as diferenças entre pré- pós- reabilitação, foram identificadas as variações
na área de construção, área habitável e área útil. Através destas variações foi possível identificar
casos onde a área de construção se manteve igual, mas a área interna reduziu e a área habitável
aumentou. Habitualmente, quando a área de construção não se altera e a área interna reduz, traduz-
se a uma reabilitação nas paredes exteriores com um aumento de isolamento térmico, o que reduz
a área interna. Casos como este podem também significar que apesar da área interna ter reduzido,
os projetistas conseguiram adaptar as divisões para que a área habitável aumente, ou, como
verificado pelos casos analisados, os projetistas habitualmente reduzem o número de divisões
físicas, o que automaticamente se traduz num aumento da área útil e habitável visto que o espaço
previamente ocupado por paredes divisórias se encontra agora disponível para ser utilizado (
Figura
1
). Casos como este representam as melhores práticas de projeto, uma vez que o espaço é
tido em conta de uma forma em que pode ser eficientemente utilizado pelos utilizadores. A área útil
é também importante de considerar, além de espaços habitáveis, como quartos, inclui também
cozinhas, e instalações sanitárias, onde a eficiência de espaço é também relevante. Mais de dois
terços (77%) dos edifícios analisados teve um aumento na sua área habitável após operações de
reabilitação, enquanto 75% teve um aumento na área útil, 44% teve um aumento na área interna e
69,4% manteve a mesma área de construção. Mesmo sabendo que os aspetos funcionais não são
habitualmente o que move as atividades de reabilitação, aquando da execução do projeto, esses
aspetos acabam sempre por surgir e isso faz com que os projetistas tenham mais cuidado quando
olham para o espaço. Para ser sustentável, não é suficiente para um edifício ter um baixo impacte
ambiental, tem de servir também as necessidades dos seus utilizadores (Sassi, 2006).
A variação de divisões físicas é também um importante indicador de eficiência de espaço, a redução
de parede divisórias traduz-se num potencial aumento de área útil, visto que o espaço previamente
ocupado, pode agora ser contabilizado como área útil. Tal como o gráfico da
Figura
1
indica, o número de divisões físicas tem tendência a decrescer após o processo de
reabilitação. Mais de dois teros dos casos (69,4%) viu o seu respetivo número de divisões físicas
ser reduzido, e apenas 13,9% aumentou o número de divisões físicas, casos que foram tipicamente
associados a um aumento da habitação anterior. A média representada indica uma variação
negativa média de 2,8 divisões e a mediana uma variação negativa de 2 divisões. Apesar de não
apresentarem valores muito elevados, a média e a mediana representam um cenário constante
nesta análise.
-20
-10
0
10
20
Nº de divisões
Variação de Divisões
Média Mediana