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4.1 Avaliação da evolução da área disponível: pré- e pós-reabilitação

Ao contrário do estudo da construção nova, é impossível relacionar área disponível com a tipologia

construtiva, visto que todos os projetos analisados usam praticamente as mesmas soluções. O

estudo paramétrico analisou assim alguns edifícios, trinta e sete, comparando áreas em situações

de pré- e pós-reabilitação, verificando como as ações podem aumentar ou diminuir a eficiência de

espaço.

Para analisar e assinalar as diferenças entre pré- pós- reabilitação, foram identificadas as variações

na área de construção, área habitável e área útil. Através destas variações foi possível identificar

casos onde a área de construção se manteve igual, mas a área interna reduziu e a área habitável

aumentou. Habitualmente, quando a área de construção não se altera e a área interna reduz, traduz-

se a uma reabilitação nas paredes exteriores com um aumento de isolamento térmico, o que reduz

a área interna. Casos como este podem também significar que apesar da área interna ter reduzido,

os projetistas conseguiram adaptar as divisões para que a área habitável aumente, ou, como

verificado pelos casos analisados, os projetistas habitualmente reduzem o número de divisões

físicas, o que automaticamente se traduz num aumento da área útil e habitável visto que o espaço

previamente ocupado por paredes divisórias se encontra agora disponível para ser utilizado (

Figura

1

). Casos como este representam as melhores práticas de projeto, uma vez que o espaço é

tido em conta de uma forma em que pode ser eficientemente utilizado pelos utilizadores. A área útil

é também importante de considerar, além de espaços habitáveis, como quartos, inclui também

cozinhas, e instalações sanitárias, onde a eficiência de espaço é também relevante. Mais de dois

terços (77%) dos edifícios analisados teve um aumento na sua área habitável após operações de

reabilitação, enquanto 75% teve um aumento na área útil, 44% teve um aumento na área interna e

69,4% manteve a mesma área de construção. Mesmo sabendo que os aspetos funcionais não são

habitualmente o que move as atividades de reabilitação, aquando da execução do projeto, esses

aspetos acabam sempre por surgir e isso faz com que os projetistas tenham mais cuidado quando

olham para o espaço. Para ser sustentável, não é suficiente para um edifício ter um baixo impacte

ambiental, tem de servir também as necessidades dos seus utilizadores (Sassi, 2006).

A variação de divisões físicas é também um importante indicador de eficiência de espaço, a redução

de parede divisórias traduz-se num potencial aumento de área útil, visto que o espaço previamente

ocupado, pode agora ser contabilizado como área útil. Tal como o gráfico da

Figura

1

indica, o número de divisões físicas tem tendência a decrescer após o processo de

reabilitação. Mais de dois teros dos casos (69,4%) viu o seu respetivo número de divisões físicas

ser reduzido, e apenas 13,9% aumentou o número de divisões físicas, casos que foram tipicamente

associados a um aumento da habitação anterior. A média representada indica uma variação

negativa média de 2,8 divisões e a mediana uma variação negativa de 2 divisões. Apesar de não

apresentarem valores muito elevados, a média e a mediana representam um cenário constante

nesta análise.

-20

-10

0

10

20

Nº de divisões

Variação de Divisões

Média Mediana