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2016), enaltecendo o potencial dessas comunidades em auxiliar o envelhecimento ativo através da

manutenção dos laços sociais e do combate ao isolamento e segregação.

Essa busca por amparo psicológico em seu ambiente de moradia, pode ser creditada a perdas nas

capacidades físicas, cognitivas e sociais, levando a um estreitamento da inserção social dos idosos

e um consequente sentimento de abandono e solidão (ASSIS, 2004). Também relevante, é a

presença maior de depoimentos femininos, totalizando 90,47% dentre os coletados. Essa tendência

acompanha os estudos internacionais. Uma das hipóteses para essa ocorrência maior entre

mulheres é a busca por afirmação de independência (CHOI, 2013) através de uma maior autonomia

no lar. A questão da independência também reflete as mudanças na estrutura familiar que vêm

ocorrendo ao longo dos anos. O perfil do novo idoso dentro do conceito de Envelhecimento Ativo,

auxilia na compreensão do aumento da procura por moradias alternativas, especialmente pelas

cohousing

, pois a organização deste tipo de comunidade, reforça os valores buscados por este novo

perfil, presentes nos depoimentos dos idosos analisados.

Por outro lado, inserida também na dimensão social, está a privacidade, considerada o "acesso

ótimo de outros ao eu ou ao grupo" (ALTMAN, 1975) e que dentro de um contexto de vida em

comunidade, complementa o ambiente social (BIANCHI, 2013). Ela surge nos discursos analisados

reafirmando a congruência entre o desejo dos idosos e a forma como as

cohousing

estão

organizadas fisicamente. Têm-se que as interações positivas, ainda que não sejam anuladas pela

forma física, podem ser por ela limitadas. Assim, a privacidade pode favorecer o fortalecimento

individual através da qualificação do que é particular ao idoso (BIANCHI, 2013; COELHO, 2000).

Essas duas qualidades são destacadas por serem contraditórias e complementares, e, no caso dos

idosos, o convívio é incentivado com o intuito de não isolamento. A possibilidade de socialização

proporciona momentos de descontração, promovendo o “esquecimento” das doenças e afastando

a tendência à depressão, muito comum nessa faixa etária. A privacidade, entretanto, chama a

atenção pela coabitação, em uma mesma unidade, de pessoas diferentes, e até então

desconhecidas, mas que mantêm em seu território sua identificação, já que o ser humano necessita

ter sua individualidade preservada (BIANCHI, 2013).

Este estudo mostra assim, a relevância dos aspectos psicológicos e sociais na sustentabilidade das

habitações. Através dela é possivel elevar a qualidade de vida através de comunidades mais

saudáveis e respeitadas em todas as suas especificidades.

Um dos limitadores deste estudo é aquele inerente à própria análise de conteúdo, que depende da

interpretação de significações transmitidas de emissor (idoso) a receptor (pesquisador), onde

aspectos culturais exercem certa influência sobre os dados que não pode ser totalmente evitada.

Entretanto, por se tratar de um modo de habitar ainda inexistente no Brasil, análises mais profundas

de pós-ocupação tornam-se inviáveis, assim, a análise de conteúdo das intenções dos idosos é

uma fonte de informação para futuros estudos nesta área de pesquisa no Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAHMS, S. Elder Cohousing: A new option for retirment or sooner! 2011. Disponível em:

<http://www.aarp.org/home-garden/housing/info-01-2011/elder_cohousing.html

> Acesso em: 20

nov. 2016.

ALEXANDER, A. Elder Cohousing Research Symposium: Combating Social Isolation. In:

Cohousing.

The

cohousing

association

of

United

States.

Disponível

em:

<http://www.cohousing.org/node/4383>

. Acesso em: 10 nov. 2016.

ALTMAN, I. The environment and social behavior. Monterey, Califórnia: Brooks / Cole, 1975.