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de comunidade e estilos de vida saudáveis. As
Senior Cohousings,
destinadas a maiores de 50
anos, favorecem o acesso a cuidados de saúde, autonomia e convivência social, representando
diferentes significados e experiências nos campos físico, psicológico e social (COELHO, 2000).
Embora existam diferentes tipos
cohousing
, alguns princípios base desse tipo de comunidade se
mantém presentes nos discursos de vários autores: quanto à estrutura é indispensável: (1) processo
participativo no planejamento, (2) autogestão, (3) ausência de hierarquia, e (4) rendimentos
separados por família; quanto ao projeto, a urbanização da área comunitária visa (1) um sistema
viário interno privilegiando a centralização através de uma rua central destinada somente a
pedestres, (2) extensos espaços verdes, (3) ausência ou existência mínima de veículos (ALTMAN,
1975). Autores como Kathryn McCamant & Charles Durret (2011), segundo Bezerra (2015)
salientam que esse tipo de habitação busca equilibrio entre privacidade e necessidades coletivas,
com respeito às individualidades através de espaços semi-privados ou de transição.
As
cohousings
, além de moradia, são um estilo de vida baseado na coletividade e na
sustentabilidade (NUNES, 2015). A sustentabilidade é refletida tanto nas soluções arquitetônicas -
com a utilização de telhados verdes, sistemas de aquecimento solar (redução do consumo de
energia) e uso da água da chuva, redução da área construída (comparando com residências
americanas médias, existe uma redução da área construída em torno de 60%, ocupam 30% menos
terra) - quanto no comportamento diário, na redução de custos individuais, através da partilha de
recursos e meios de transporte e no cultivo do próprio alimento (ABRAHMS, 2011).
Em
cohousings
sênior, destaca-se: intenção de viver como participante ativo em um grupo de
pessoas com idade semelhante; investimento dos idosos em capital social e apoio mútuo, pois a
família pode não dar o suporte necessário; opção adicional para cuidados, com habitações
adaptadas às necessidades do envelhecimento; espaço para atividades compartilhadas, que
estimulam o companheirismo, aprendizagem e troca de habilidades, redução da procura por
serviços de saúde e assistência social pois mantém os idosos ativos, saudáveis e engajados;
possibilidade de ambientes atrativos com habitações reduzidas; mistura de privacidade e
comunidade; estimula o olhar mais positivo pra o processo de envelhecimento (BRENTON, 2013).
No Brasil ainda não há
cohousings
efetivamente construídas, entretanto, projetos e discussões
estão em andamento, como as promovidas pela arquiteta e urbanista Lilian Lubochinski, que lidera
o movimento “
Cohousing
Brasil”. O movimento dissimina a informação sobre esta forma de morar
através dos grupos da rede social
que são os objetos de estudo aqui apresentados. Além
disso, estudos como os de Bezerra (2015) identificam diretrizes projetuais através do processo
participativo com futuros moradores no Brasil, porém sem foco etário.
1.4. O perfil do usuário de
cohousings
sêniors internacionais
Como no Brasil ainda não há
cohousings
efetivamente implantadas, buscam-se experiências
internacionais como base teórica. Estudos internacionais vêm sendo conduzidos com moradores
para descobrir suas motivações na opção por estas comunidades. Na Suécia (CHOI, 2013), um
estudo comparativo entre
cohousings
para maiores de 40 anos e
cohousings
intergeracionais
mostra que nas
cohousings
sêniors
há mais mulheres, solteiras e com bom nível de estudo e uma
maior valorização da interação com vizinhos e da socialização se comparadas às
cohousings
intergeracionais, indicando a importância emocional das
cohousings
para os mais velhos.
Em um simpósio na Carolina do Norte, Angela Sanguinetti mostra que dos residentes idosos de
cohousings
, 73% são mulheres e que eles tendem a se sentir positivos quanto à vida em
comunidades pelo apoio social e de saúde. Anne Glass, professora de gerontologia, aponta
solidariedade, proximidade, cooperação, diversão, aceitação do processo de envelhecimento,
segurança, menor preocupação, diminuição do isolamento social e decisões mais saudáveis entre