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os idosos nessas comunidades. Outi Jolanski, pesquisador da Finlândia, relata sentimento de

pertencimento e oportunidades de interação social nestes ambientes (ALEXANDER, 2016).

Nota-se que os estudos concorrem à importância de aspectos mais subjetivos presentes nesses

assentamentos, especialmente para os idosos. São aspectos de ordem social e psicológica. Além

disso, há uma tendência do público feminino se interessar mais por este tipo de moradia.

2. OBJETIVO

O estudo objetiva traçar um perfil dos possíveis futuros usuários idosos brasileiros das comunidades

cohousing

pelo acompanhamento de postagens e comentários espontâneos em redes sociais e

sites. Para o delineamento do estudo, têm-se os seguintes objetivos específicos: (i) identificar as

razões que levariam adultos mais velhos a viver em

cohousings

no Brasil e (ii) avaliar a importância

de fatores físicos, psicológicos e sociais nesta escolha.

3. MÉTODO DE PESQUISA

No que concerne às questões metodológicas o estudo se pauta num estudo de caso por referir-se

a fenômenos contemporâneos, considerando tanto postagens antigas quanto as realizadas em

tempo real e por não haver nenhum tipo de controle sobre eventos comportamentais (YIN, 2001).

O encaminhamento da investigação teve início pela pesquisa de referências. Como objeto de

estudo, a rede social

Facebook

foi escolhida devido a sua crescente representatividade,

especialmente no Brasil (UOL, 2014). A coleta e análise de dados se articulam a partir da análise

de conteúdo, que possibilita a compreensão de fenômenos sociais através da interpretação de

mensagens. Neste caso, a análise caracteriza o emissor, reforçando a visão de que a mensagem o

exprime e o representa (MORAES, 2016). Segundo Moraes (2016), o método inclui: Preparação

das informações, Transformação do conteúdo em unidades, Categorização, Descrição e

Interpretação. Na preparação, uma amostra representativa e pertinente aos objetivos da análise é

isolada. Assim, foram monitorados grupos brasileiros no

Facebook

que tivessem

cohousing

como

tema e participantes idosos ativos nas discussões. São eles:

Cohousing

Brasil,

Cohousing

Rio de

Janeiro,

Cohousing

Botucatu,

Cohousing

Paraty e

Cohousing

Petrópolis. Entretanto, apenas nos

grupos

Cohousing

Brasil e

Cohousing

Rio de Janeiro foram encontradas postagens realizadas por

idosos que fornecessem motivações, preferências e/ou traços do perfil do autor. Todas as

postagens com essas características foram consideradas. Através dos grupos chegou-se a sites

que abordam a temática e que contam com a manifestação de idosos. São eles: “Conexão Planeta”

(artigo: “Terceira idade com autonomia e sem solidão”);“Jardim do Mundo” (artigo: “

Cohousing

, uma

nova forma de morar”) e “50 e mais” (artigos: “Aldeia da Sabedoria, para maiores de 60: Viver mais

e melhor”; “Cidade Madura, um condomínio para maiores de 60 que deu certo”; “República para

idosos, alternativa de moradia depois dos 60 anos”).

As unidades de análise ou palavras-chave foram agrupadas e reescritas de modo a serem

compreendidas fora do seu contexto (MORAES, 2016). Na categorização, através de um critério de

semelhança semântica, elas foram inseridas em categorias temáticas (MORAES, 2016) que

identificam as dimensões do significado de casa adotadas por Després e Lord (2005): Psicológica,

Social, Econômica, Material, Temporal e Tempo-Espaço. A dimensão psicológica descreve a casa

como lugar de personalização, controle, segurança e conforto físico e psicológico; a dimensão social

como socialização, privacidade, refúgio, composição social desejável, e acesso a recursos

humanos; a dimensão econômica como propriedade, investimento financeiro e habitação acessível;

a dimensão material como acesso a serviços e facilidades comerciais, natureza, tipo de habitação,

espaço ao redor da casa, acessibilidade universal e pertences pessoais; a dimensão temporal,