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A mobilização da sociedade é um desafio devido às limitações do processo participativo, em suas

diferentes escalas. Contemplar o protagonismo dos moradores de áreas de risco requer uma

mudança de cultura na relação gestão pública/sociedade, o que expõe a necessidade de

regulamentação da Lei 12.608/2012 quanto à adoção de mecanismos e estratégias que viabilizem

a efetividade desta participação. Este tema está relacionado à motivação dos pesquisadores do

grupo de pesquisa Gestão de Risco de Desastres (GRID), integrante do CEPED/RS-UFRGS, ao

desenvolver uma metodologia que promovesse o protagonismo desses moradores.

Através do Projeto FINEP, Rede

Morar.TS

- Tecnologias Sociais para Habitação de Interesse

Social, este grupo desenvolveu a metodologia denominada “Tecnologia Social para Redução de

Vulnerabilidades Socioambientais”, integrante do Subprojeto 6 (Desenvolvimento de sistemas e

metodologias para redução da vulnerabilidade de moradias em situações de risco ambiental com

uso de TS). A metodologia, certificada como TS pela Fundação Banco do Brasil em 2013, foi

desenvolvida através de encontros entre pesquisadores e moradores. Pautados pela troca de

saberes - conhecimento local e visão técnica, se direcionaram à compreensão da realidade da

comunidade, criando um novo conhecimento baseado no aprendizado com o outro, renunciando à

concepção tradicional que associa poder e conhecimento. Todos aprendem e avançam. O

conhecimento da comunidade acerca de todas as suas manifestações sociais - fragilidades e

potencialidades, possibilita as condições e os instrumentos objetivos e subjetivos para transformar

a realidade com eficácia (FAUNDEZ, 1993).

O processo participativo efetivado em 5 comunidades abordou a complexidade da interação ser

humano e ambiente e suas consequências, contribuindo para a qualificação da percepção de risco

dos moradores. O acesso a novos conhecimentos que levam à compreensão da comunidade de

uma forma mais abrangente e complexa pode constituir-se em um caminho possível para

empoderar os moradores, interferindo na sua busca por melhorias socioambientais.

1.1 Caracterização das áreas de atuação

Desenvolvida através do projeto Morar. TS em 3 comunidades - Morro do Vital Brazil (Niterói/RJ),

Amorim/Manguinhos (Rio de Janeiro/RJ), e Ilhas das Flores (Porto Alegre/RS), a Tecnologia Social

para Redução de Vulnerabilidades Socioambientais foi reaplicada nas comunidades Bairro Praia

(Lajeado/RS) e Bairro Oriental (Estrela/RS), no âmbito do Projeto Desenvolvimento e Apoio à

Implantação de uma Estratégia Integrada de Prevenção de Riscos Associados a Regimes

Hidrológicos na Bacia do Taquari-Antas/RS. O Quadro 1 caracteriza as comunidades.