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A categoria “terreno” está presente nas comunidades onde as ameaças se relacionam a movimento

de massa, como no Morro Vital Brasil, onde há deslizamentos e queda de blocos, e no Bairro

Oriental, devido ao processo de solapamento da margem do Rio Taquari. A categoria “ambiente

construído” abrange infraestrutura - componente presente nas 5 comunidades, serviços, mobilidade

e condição da edificação. A categoria “presença de animais” se associa à insalubridade das

moradias, ao pós-inundação e às questões de saúde. A categoria “resíduos” transparece em todos

os ambientes analisados. A chuva é o principal elemento da categoria “natureza”, onde também

consta a ação do vento e a vegetação. A categoria “comportamento humano” se refere a impactos

relacionados à saúde e ao bem-estar coletivo.

A atribuição de possíveis responsabilidades pela geração dos riscos e vulnerabilidades surge da

interlocução, conduzida pelos pesquisadores, para a promoção de reflexões. Agentes responsáveis

são nominados, tais como “natureza”, “moradores” (individual ou coletivamente), e “políticas

públicas” (ausência ou ineficácia). Nas 5 comunidades houve a atribuição de responsabilidades aos

próprios moradores.

Com base nestas reflexões, em pequenos grupos são propostas ações e atitudes para fazer frente

às demandas. Apresentadas e debatidas por todos, as proposições passam a compor um

planejamento de curto, médio e longo prazo, a ser viabilizado através da mobilização em torno da

resolução dos problemas e das transformações almejadas pela comunidade. O Quadro 3 apresenta

algumas das ações resultantes da aplicação desta TS nas comunidades.

Quadro 3

. Ações desencadeadas a partir do desenvolvimento da TS

COMUNIDADE

AÇÕES IDENTIFICADAS

Morro Vital Brazil

Mutirão de limpeza em toda a comunidade; Formação de um Núcleo Comunitário de

Proteção e Defesa Civil (NUPDEC); Inserção de obras no entorno das moradias

(drenagens, impermeabilizações) Proj Arquiteto de Família - ONG Soluções Urbanas.

Amorim/Manguin

hos

Redução do risco de incêndio (colocação de botijões de gás em local seguro,

substituição de postes); instalação de corrimões em escadas e acessos com

declividade; eliminação de locais de acúmulo de lixo.

Ilha das Flores

Engajamento dos moradores e fortalecimento da participação em instâncias formais

relacionadas ao Parque Estadual do Delta do Jacuí

Bairro Praia

Mutirão de limpeza da área e do córrego (Arroio Saraquá); planejamento para as

ações do NUPDEC, recém constituído.

Bairro Oriental

Até o momento, a constituição da Associação de Moradores, proposta estruturadora

das demais ações, ainda não havia sido colocada em prática.

Através do acompanhamento realizado em cada comunidade após as oficinas,

in loco

ou através

da interlocução com as instituições parceiras, foi possível identificar avanços, de maior ou menor

amplitude, de caráter individual ou coletivo, com abrangência pontual ou generalizada. As ações

identificadas contemplam, tanto medidas estruturais – obras de engenharia, como medidas não

estruturais – organização comunitária, mutirões, etc.

5. CONCLUSÃO

Considera-se que a metodologia proposta se adequa à aplicação em comunidades com diferentes

realidades quanto à localização, terreno, questão fundiária, perfil socioeconômico e processo

perigoso a que está exposta. Reafirma que o conhecimento se manifesta através da expressão de

todos, pois os saberes são diferenciados e complementares. Estar aberto a aprender deve ser a

condição para todos – pesquisadores, moradores e parceiros. Os resultados, assim como a forma

de construí-los, apresentam potencial para subsidiar políticas públicas relacionadas a intervenções