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Bairro Oriental (Estrela/RS)
Ocupação do território: formada por lotes
regulares de ocupação consolidada e por
ocupação irregular por iniciativa de famílias
com baixa renda (margens do Rio Taquari).
Principais ameaças existentes:
- Movimento de massa (solapamento de
margens);
- Inundação do Rio Taquari.
Instituição parceira: Coordenadoria Municipal
de Proteção e Defesa Civil de Estrela/RS.
Fonte: Acervo GRID, imagens Google Earth
2. OBJETIVO
O objetivo do artigo é apresentar a abordagem adotada para o desenvolvimento de um processo
participativo envolvendo comunidades moradoras de áreas de risco localizadas em assentamentos
precários, através da construção do diagnóstico de riscos e vulnerabilidades existentes no território
e da qualificação de sua percepção de risco para embasar a busca por melhorias locais.
A metodologia adotada se ampara no respeito dos pesquisadores ao saber local, nas reflexões que
surgem da discussão dos moradores entre si, e que culminam na construção de avanços na
compreensão do território em que habitam e suas complexidades. Para atender às lacunas que
possam existir, o diagnóstico é complementado com a visão técnica multidisciplinar (engenharia,
arquitetura e urbanismo, psicologia e serviço social). O processo resulta na capacidade de
interlocução dos moradores com os agentes vinculados às políticas públicas relacionadas às
melhorias ambientais, urbanas, habitacionais e sociais.
A sistematização dos resultados obtidos nas oficinas é apresentada para demonstrar que tipo de
questões estão relacionadas aos riscos e vulnerabilidades presentes na comunidade. De forma
complementar, a análise técnica se agrega à visão dos moradores, que passam a conhecer novos
enfoques e inseri-los em suas reflexões e pauta de reivindicações.
O artigo apresenta a síntese das informações contidas nos mapas interativos produzidos pelas 5
comunidades, identificando temas convergentes que estão presentes em assentamentos precários
localizados em diferentes regiões brasileiras e com distintas características socioambientais. O
resultado desta análise poderá subsidiar indicativos de intervenções que objetivem melhorias nas
comunidades localizadas em áreas de risco.
3. MÉTODO DE PESQUISA
O desenvolvimento da tecnologia social buscou privilegiar a sensibilização para a participação e
para outros aspectos relacionados à dimensão coletiva e solidariedade, ao respeito pelo saber local
e ao protagonismo dos moradores. Os pesquisadores adotam a postura de facilitadores do
processo, pois sua contribuição se evidencia na qualificação da percepção de riscos, refletindo e
complementando a percepção inicial. A atuação da equipe envolve, além do planejamento e
realização das oficinas, o estudo prévio da área, visitas de campo, interlocução com a instituição
parceira local, e os momentos de aprendizado junto aos moradores. Este conhecimento confere a
condição de contribuir, ampliando o olhar dos moradores. A visão técnica e informações acessadas
aos moradores auxiliam na compressão mais ampla e aprofundada do território onde a comunidade
se insere, bem como no exercício de liderança frente à busca de alternativas de soluções. Tanto
quanto os moradores, os pesquisadores se apropriam de questões até então “invisíveis”, pois são
frutos da vivência e da familiaridade das pessoas com sua moradia, terreno, vizinhança e bairro. A