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1. INTRODUÇÃO

1.1 Histórico da educação ambiental no mundo e no Brasil

A Educação Ambiental (EA) nasce da necessidade do homem em combater a crise do meio

ambiente que ameaça a existência de todo ecossistema. Sendo assim, muitos conceitos sobre

ecologia e educação ambiental foram sendo propagados ao longo dos anos. De acordo com Dias

(2004), a evolução dos conceitos de EA esteve diretamente relacionada à evolução do conceito de

meio ambiente e ao modo como este era percebido.

Para um breve relato da história da evolução da EA e as principais ocorrências que contribuíram

para a formação do conceito de educação ambiental, remonta-se ao ano de 1977, na cidade de

Tbilisi, onde se realizou a I conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, organizada

pela UNESCO em colaboração com o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio

Ambiente). Com esse norte, a Recomendação nº 1, letra b, da referida Conferência

Intergovernamental, define que:

A educação ambiental é o resultado de uma reorientação e articulação de diversas

disciplinas e experiências educativas que facilitam a percepção integrada do meio

ambiente, tornando possível uma ação mais racional e capaz de resolver as

necessidades sociais. (TBILISI, 1977)

Essa conferência constitui-se no mais importante marco na evolução da EA, podendo suas

recomendações serem resumidas da seguinte maneira: A Educação Ambiental deve desempenhar

uma função capital no sentido de criar a consciência dos problemas que afetam o meio ambiente,

também deve ser dirigida às pessoas de todas as idades e de todos os níveis de ensino, deve

constituir uma educação permanente; deve ter um enfoque global sustentado em base

interdisciplinar e finalizando, pode contribuir para renovar o processo educativo.

Em complemento, no ano de 1989, Meadows (apud Dias, 2004 p. 98-99) apresentou algumas

definições acerca da educação ambiental, com destaque para a aprendizagem de como gerenciar

e melhorar as relações entre a sociedade humana e o meio ambiente, de modo integrado e

sustentado, preparando as pessoas para a vida, enquanto membros da biosfera.

Quatro anos depois, o Brasil, contrariando a ordem mundial, fez circular no Congresso Nacional o

Projeto de Lei 253/91, que previa a criação da disciplina Educação Ambiental, ignorando, como se

desconhecesse, as recomendações de Tbilisi.

Em seguida, em 1992, fruto da Rio 92 e do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades

Sustentáveis e Responsabilidade Global, que ocorreram paralelamente, acrescentou-se à definição

de educação ambiental o caráter interdisciplinar, permanente e holístico do processo de

aprendizagem. Assim sendo, a partir de então, recomenda-se que o meio ambiente seja trabalhado

de forma articulada em todas as disciplinas escolares, e não em uma única matéria. O processo

deve ser contínuo e possibilitar a criação das bases para uma compreensão global da realidade,

sem esquecer as peculiaridades nacional, regional e local (DIAS, 2004).

Onze anos depois, Dias (2004), compilando alguns dos conceitos até então trabalhados, resume a

educação ambiental

como “um processo por meio do qual as pessoas aprendem como funciona o

ambiente, como dependemos dele, como o afetamos e como promovemos a sua sustentabilidade”

.

Como se pôde observar, o conceito da EA evoluiu conforme a época em que foi apresentado,

adaptando-se à evolução dos conceitos sobre o meio ambiente, buscando, dessa forma, promover

o desenvolvimento sustentável de forma mais ampla. Estas discussões e conceitos acabaram por

criar subsídios para a formulação da Política Nacional de Educação Ambiental.