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para os Estados-membro na inserção da cultura no planejamento e gestão dos programas ligados
ao desenvolvimento sustentável.
Como recomendações, a resolução apresenta a importância da preservação e visibilidade da
diversidade cultural; de capacitar e desenvolver a dinâmica cultural no setor criativo, encorajando
particularmente a inovação e o empreendedorismo, dando suporte ao desenvolvimento de
instituições e indústria cultural, fornecendo treinamento profissional e ampliando a empregabilidade
no setor; de apoiar os mercados locais e facilitar o escoamento legal de produtos e serviços para
mercados externos; de preservar os saberes tradicionais e relações sociais de comunidades
nativas, além dos seus conhecimentos no manejo ambiental, encorajando a sinergia entre ciência
e tecnologia modernas e os saberes tradicionais; da criação de marcos legais e políticas públicas
com intenção de proteger e preservar o patrimônio cultural; da disponibilização de meios
internacionais de financiamento para assistir países em desenvolvimento na aplicação destas
políticas; do entendimento da cultura como um veículo na promoção da tolerância, entendimento
mútuo, pacificação e reconciliação no contexto da prevenção e resolução de conflitos (ONU, 2013).
Por fim, para alcançar os objetivos propostos, convida os Estados-membro, organismos
multilaterais e organizações do Sistema das Nações Unidas a aumentar a cooperação internacional
no suporte aos esforços de desenvolvimento, fortalecimento e consolidação das indústrias e do
turismo cultural, auxiliando no desenvolvimento da infraestrutura e habilidades necessárias, bem
como do compartilhamento de tecnologias de informação e comunicação.
A declaração de Florença (2014) consiste em uma reunião das principais indicações contidas nos
documentos anteriores de maneira concisa e coesa. Ela reforça a integração plena da cultura nas
políticas e estratégias de desenvolvimento sustentável nos níveis internacional, regional, nacional
e local e sugere que se baseiem em instrumentos normativos internacionais de direitos humanos,
liberdade de expressão, diversidade cultural, igualdade de gênero e sustentabilidade ambiental. Ela
se divide em oito princípios fundamentais e compreende, ainda que de maneira geral, todas as
recomendações dos eventos e documentos anteriores. O único parágrafo da Declaração de
Florença (2014) que vai efetivamente tratar da questão do ambiente construído é o que diz que
as áreas urbanas e rurais são laboratórios do desenvolvimento sustentável. Para se
obterem cidades mais seguras, inteligentes e produtivas, é necessário colocar a
criatividade e o bem-estar no cerne da planificação e da renovação urbana e rural
sustentável, respeitando os princípios de proteção do patrimônio. Para responder
aos desafios do desenvolvimento urbano e rural, bem como do turismo sustentável,
as políticas devem atender aos contextos culturais e respeitar a diversidade. Além
disso, a proteção do patrimônio cultural imaterial (como, por exemplo, a promoção
de técnicas agrícolas tradicionais respeitadoras do ambiente) resulta em processos
de produção agrícola mais sustentáveis e com maior qualidade, essenciais para
enfrentar o crescimento populacional e atenuando simultaneamente os possíveis
impactos ambientais.
O quadro 01, apresentado a seguir, traz uma compilação dos documentos mais atualizados
utilizados, elaborados após 2012 e dos documentos anteriores a este período que serviram de base
para a construção do conhecimento na área, bem como suas intenções principais dentro do tema
cultura e desenvolvimento sustentável: