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and the fundamental need to preserve the balance between development and conservation. This

paper proposes a review focusing on sustainability in the built environment, documents produced at

international events that deal with concepts of conservation and preservation of cultural assets. In

this context, the Hangzhou Declaration (2013) places culture at the center of sustainable

development policies, and the Florence Declaration (2014) on culture, creativity and sustainable

development. It is then verified that safeguarding urban sites of cultural value and associated

traditional knowledge and practices is one of the possible ways to contribute to the reduction of the

environmental impact of societies, promoting rational modes of production and consumption, as well

as efforts for appropriated urban and architectural solutions to the sustainable development of the

cities.

Keywords:

cultural heritage, sustainable development, preservation.

1. INTRODUÇÃO

Constitui-se um grande desafio tratar da prática de integração entre desenvolvimento e conservação

dos sítios urbanos de valor cultural. Apesar de a maior parte destes sítios receberem atualmente

investimentos para a preservação do seu patrimônio, é quase inexistente uma estratégia de gestão

que consolide, de fato, o seu desenvolvimento sustentável.

Além disso, observa-se que a noção de patrimônio cultural contemporânea é muito mais ampla do

que aquela que se fazia há poucas décadas atrás, quando ela se estabelecia apenas sobre os

pilares da história e da arte, época em que a excepcionalidade artística ainda tutelava o

reconhecimento histórico. Ao mudar a cultura, transformam-se os valores e as atitudes quanto ao

patrimônio. Assim, o que se preserva é a identidade em transformação, ou seja, a preservação não

está na capacidade do bem de permanecer como está, mas na sua capacidade de mudar junto com

as mudanças socioculturais (CARSALADE, 2011).

A concepção dos termos sustentabilidade e desenvolvimento sustentável são, paralelamente,

outros pontos de discussão. Ambos se encontram mais amplos e flexíveis no contexto atual. Em

contrapartida, através de suas constantes transformações percebe-se o esvaziamento do termo, a

depender das intenções com as quais vem citado.

A sustentabilidade, especialmente no âmbito do patrimônio, pode referir-se a ações que incentivam

a conservação e preservação, através de articulação da comunidade, base legal específica ou,

ainda, outras formas de atração de investimentos financeiros ou de trabalho, conforme Carsalade

(2001) e, sobretudo, ela une as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades no

futuro. Portanto, é imprescindível a integração das especificidades culturais na concepção e na

prática do desenvolvimento, garantindo o envolvimento da comunidade local. Nesse sentido, a

recuperação do ambiente não deve ser entendida como um estado, mas como um processo que só

é possível através de um encontro entre as agendas ambiental e social. Logo, a preservação só

alcança êxito se legitimada pela sociedade e apoiada em instrumentos de inclusão.

Sabe-se que, desde a segunda metade do século XX, diversos eventos internacionais têm como

escopo a discussão da relação entre conservação natural, conservação e preservação dos bens

culturais e o acelerado desenvolvimento dos grandes centros. Como consequência, diversos

documentos foram elaborados, como cartas e declarações, dos quais grande parte dos países do

mundo como nós o conhecemos são signatários. São exemplos os documentos elaborados na

Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural em 1972 e o Congresso do

Patrimônio Europeu realizado em 1975. Apesar destes eventos, os Objetivos de Desenvolvimento

do Milênio (ODM) adotados até o início dos anos 2000, relativos à sustentabilidade ambiental, não

fizeram referência específica ao patrimônio histórico e cultural e nem mesmo à cultura de modo

geral.