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Pouco tempo depois, em 1975, foi elaborada a Declaração de Amsterdã durante o Congresso do

Patrimônio Europeu. Este documento colocou a perspectiva global como essencial nas intervenções

e práticas de conservação e antecipou a preocupação com a sustentabilidade, ao introduzir a ideia

de conservação integrada como um novo urbanismo que procura

reencontrar os espaços fechados, a escala humana, a interpenetração das funções

e a diversidade sociocultural que caracterizam os tecidos urbanos antigos. (...)

descobre-se também que a conservação das construções existentes contribui para

a economia de recursos e para a luta contra o desperdício, uma das grandes

preocupações da sociedade contemporânea. Ficou demonstrado que as

construções antigas podem receber novos usos que correspondam às

necessidades da vida contemporânea. (Declaração de Amsterdã, 1975).

O conceito de desenvolvimento sustentável foi introduzido em 1987 no relatório da Comissão das

Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, e era entendido como um processo de

progresso econômico harmonioso, capaz de satisfazer os princípios de justiça social e

responsabilidade ambiental. Porém, somente cinco anos mais tarde foi admitida a relação

substancial entre o espaço urbano e tal conceito.

Em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento

no Rio de Janeiro ou Rio-92, se reconheceu a importância das cidades como área de aplicação

efetiva do conceito de desenvolvimento sustentável. Logo, o espaço urbano começou a ser pensado

como palco fundamental das transformações que iriam incluir além de componentes ambientais,

aqueles políticos, econômicos, institucionais, sociais e culturais. As agendas globais e locais

começaram a compreender, aos poucos, aspectos significativos para promover a sustentabilidade

no ambiente construído.

É evidente que o paradigma da sustentabilidade tinha como foco o tema ambiental, vide as agendas

dos eventos internacionais realizados nesse sentido. A Rio-92, por exemplo, teve como resultado a

assinatura de cinco acordos ambientais: a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento

;

a Agenda 21

;

os Princípios para a Administração Sustentável das Florestas

;

a Convenção da Biodiversidade

;

e a Convenção do Clima. Já a Cúpula Mundial sobre o

Desenvolvimento Sustentável, ou Rio+10, realizada em 2002, discutiu o desenvolvimento

sustentável, mas principalmente questões relacionadas à conservação de recursos naturais.

Em complemento, nos últimos anos os órgãos internacionais e os estudiosos do tema começaram

a entender que a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável alcançam muitas outras

dimensões. A Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável ou Rio+20, realizada em

2012, apesar de consistir em sua maior parte em uma reafirmação da agenda do evento anterior,

Rio+10, levantou a importância da diversidade cultural e a necessidade de uma abordagem mais

holística e integrada do desenvolvimento sustentável.

Uma comprovação disso é a transformação da noção de cidades sustentáveis, que na atualidade

podem ser entendidas como aquelas que vão ser capazes de inserir toda a sua população na vida

social de maneira sensata e dinâmica, integrando a sociedade de maneira igualitária. Ferreira

(2010) aponta que cada vez mais a preocupação em preservar está associada à consciência da

importância da diversidade – seja a biodiversidade, seja a diversidade cultural – para a

sobrevivência da humanidade.

Nesse sentido, destacam-se os documentos mais recentes elaborados em eventos internacionais:

a Declaração de Hangzhou, elaborada durante o Congresso Internacional “A cultura: chave para o

desenvolvimento sustentável”, que aconteceu em 2013 na China, com propósito de situar a cultura

no centro das políticas de desenvolvimento sustentável; a resolução 68/223. “Cultura e