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1978

as well as the city as a common good and as a right, has little effectiveness in practice. From this

logic, the impacts caused by the production of urban space in the contemporary city, be it social and

environmental, are recognized. In this sense, the objective of the article is to present the

unsustainability of contemporary urban space in the Brazilian context from a logic of surplus

production. The work has as a method the revision of concepts related to the right to the city, to the

urban roots of the capitalist crisis and principles of urbanism - proposed respectively by Henri

Lefebvre, David Harvey and François Ascher - the contextualization to the Brazilian context from

concepts related to segregation and the role of space producers - presented by Ermínia Maricato,

Raquel Rolnik and Marcelo Lopes de Souza - and, finally, the revision of the City Statute (Estatuto

da Cidade), the presuppositions of Agenda 21 and Habitat I, II and III and the confrontation with the

Sustainable logic. As a result, the article presents a synthesis about the theme of contemporary

urban space production from a sustainable perspective in the Brazilian context. In addition to proving

the production of urban space from a predominantly economic perspective, it can be concluded that

the Brazilian city, based on the logic of contemporary space production, is unsustainable with regard

to a search for a balance between economic, social and environmental issues.

Keywords:

Production, Urban space, Brasil, Sustainability

1. INTRODUÇÃO

A cidade pode ser entendida como um artefato, onde ocorrem as práticas sociais. Também pode

ser entendida como uma herança histórica, a partir das transformações sociais que se refletem no

espaço construído ao longo da história. Conforme Lefebvre (1991) “quando a industrialização

começa, quando nasce o capitalismo concorrencial com a burguesia especificamente industrial, a

Cidade já tem uma poderosa realidade” (LEFEBVRE 1991, p.4) Do salto da organização social das

primeiras cidades à mecanização dos meios de produção surge a revolução industrial, como uma

mudança de paradigmas. O salto populacional das cidades urbanas, a insalubridade dos centros

urbanos e a necessidade de habitação são propulsores de uma nova configuração urbana.

A partir da lógica da cidade industrial e sua lógica econômica capitalista, valores de troca se

sobrepõem a valores de uso bem como a cidade como bem comum e como direito, tem pouca

efetividade na prática. Reconhecem-se, a partir desta lógica, impactos causados pela produção do

espaço urbano na cidade contemporânea, sejam eles sociais e ambientais. A sustentabilidade, aqui

entendida como uma busca de equilíbrio entre os âmbitos social, econômico e ambiental. Neste

sentido, não cabem os termos sustentabilidade econômica, bem como a sustentabilidade ambiental

ou social uma vez que os três âmbitos devem ser interdependentes tratando-se de sustentabilidade.

Harvey (2014) apresenta um quadro de desigualdades sociais e relaciona este com a especulação

do território afirmando a crise capitalista bem como a crise do regime de capitalização e

financeirização do espaço habitado. As críticas de Maricato (2008), Rolnik (2015) Souza (2004)

incrementam a crítica de Harvey no sentido de contextualizar o discurso na “periferia do

capitalismo”. A habitação entendida como o uma importante parcela da urbanização, merece

especial atenção por sua representatividade. Críticas destes autores do contexto brasileiro têm

especial ênfase na especulação capitalista sobre o território, geradora de segregação social e em

conflito com o direito à habitação.

Por fim, conforme Ascher (2010) estamos vivendo a terceira revolução urbana, uma revolução

cognitiva. É a compreensão de uma era onde a tecnologia da informação entende-se como espaço

virtual. O homem contemporâneo, a partir de uma nova organização social, demanda novos espaço,

a partir de novos modos de habitar. Surgem na contemporaneidade novos modos de habitar como

os espaços múltiplos, as apropriações efêmeras ou as cidades compactas. O artigo, a partir da