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Ademais, não foi considerado o impacto evitado de não se enviar o pneu para aterro ou outra

destinação final que causaria dano ao meio ambiente, apesar de por vezes esta ser a principal

justificativa dos estudos que realizam a incorporação de resíduos e subprodutos industriais. Esta

questão ainda é um pouco controversa numa ACV baseada em processos: a quem se deve

atribuir o impacto evitado de um produto que foi reciclado? À indústria que gerou o resíduo ou

àquela que o está incorporando? A fim de simplificação, a sensibilidade desta problemática não foi

tratada neste estudo, ficando como sugestão para futuros estudos mais aprofundados. A norma

ISO 13315-2 (ISO, 2014) recomenda que a fronteira do sistema seja considerada a partir do

processamento do resíduo para a utilização de agregados reciclados e de subprodutos industriais

na matriz do concreto, sendo esta decisão metodológica aplicada neste estudo.

Tabela 2.

Dados dos materiais e cenário de transporte

Materiais

Fonte dos dados

Informações extras

Distância

(km)

Modo de

transporte

Areia

Ecoinvent 3.2 [RoW]

-

50

Caminhão

Aditivo

Ecoinvent 3.2 [RoW]

Policarboxilato com 40% de Substância

Ativa

1000

Caminhão

Brita

Ecoinvent 3.2 [Row]

Matriz energética modificada para CA-

BC

1000 + 10

Barcaça +

Caminhão

BRRP

WhirlSton (2016) - Small

Scale Tire Recycling Line

1 kg de BRRP: 0,24 kWh de

eletricidade [WECC] para máquina de

reciclar pneu

30

Caminhão

Cimento

Ecoinvent 3.2 [US]

CP americano tipo I. 95% clínquer e

5% gipsita

60

Caminhão

CV

Chen

et al.

(2010); Celik

et

al.

(2015)

1 kg de CV: 0,67 MJ de calor [GLO]

pela queima de gás natural

1000

Ferrovia

EGAF

Ecoinvent 3.2 [US]

-

1300

Ferrovia

MC

Ecoinvent 3.2; Heath

et al.

(2014); Habert

et al.

(2011)

1 kg de MC: 1,16 kg de Caulim [RoW] +

2,25 MJ de calor pela queima de gás

natural [GLO] para Calcinação + 0,0058

kWh de energia elétrica [US] de

equipamentos

4000

Ferrovia

Nota: BRRP: resíduo de borracha de pneu reciclado; CA-BC: Canada-British Columbia; CP: cimento

Porland; CV: cinzas volantes; EGAF: escória granulada de alto-forno; GLO: Global; MC: metacaulim; RoW:

Rest-of-World.; US: United States; WECC: Western Electricity Coordinating Counsil

No caso da escória (EGAF) considerou-se o padrão do banco de dados utilizado, que aloca uma

pequena carga ambiental (cerca de 1,4%) do impacto total do processo de fabricação do ferro

gusa, somado ao seu posterior tratamento (granulação). Já para as cinzas volantes, o referido

banco de dados não atribui impacto do processo de sua geração - o de produção de energia

elétrica por termoelétrica a carvão - sendo aqui utilizado apenas o impacto de seu processamento:

secagem, e posterior transporte. Já para o metacaulim, considerou-se sua produção pela

calcinação do caulim, combinando o banco de dados com dados da literatura.

Para o inventário para os agregados, foram adotados os dados do banco de dados. Para fim de

simplificação, o inventário referente aos aditivos utilizados nos traços foi considerado como sendo

o do superplastificante de 3ª geração, devido à falta de inventário para o específico aditivo

utilizado no estudo, ou pelo não detalhamento de qual foi utilizado, sendo este material pouco

significativo no impacto total devido à baixa massa empregada por volume de CAA. Quanto à