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deslocamento mais sustentáveis, pois quando ineficientes, influenciam no aumento do número de

automóveis e motocicletas, resultando em congestionamentos e acidentes que prejudicam a

qualidade de vida dos habitantes (MAGAGNIN, 2009). Um dos aspectos relacionados à mobilidade

urbana refere-se à infraestrutura destinada aos pedestres. Na maioria das cidades brasileiras é fácil

identificar problemas relacionados a essa infraestrutura, dentre os quais destacamos: pisos

esburacados, obstáculos nas calçadas e inclinações excessivas. O caminhar deixou de ser

aprazível, seguro e confortável. Em muitas cidades, os pedestres competem por espaço com

veículos privados e outros meios de transporte nas ruas e até nas calçadas (AMÂNCIO; SANCHES;

FERREIRA, 2005).

Diante tais problemas fica evidente a necessidade das cidades promoverem acessibilidade e

inclusão social, pois ainda que existam leis e normas técnicas acerca desta temática, o cidadão não

possui garantias de ter espaços acessíveis (MAGAGNIN; PRADO; VANDERLEI, 2014).

A acessibilidade pode ser avaliada sob diferentes escalas: micro, regional e inter-regional. A

microescala - objeto desse artigo, é afetada pelas condições físicas do pedestre e pela qualidade

da infraestrutura ofertada das vias (LITMAN, 2009). Esta definição é complementada por

Vasconcellos (2001), que utiliza as terminologias macroacessibilidade e microacessibilidade para

avaliação do espaço urbano. Para o autor, macroacessibilidade é a facilidade de circular pela cidade

e alcançar o destino desejado, seja através do modo a pé, por bicicleta, transporte público ou

privado, enquanto microacessibilidade é a facilidade de acesso ao veículo ou destino desejado e

pode ser mensurada pelo tempo de acesso ao veículo e tempo de acesso ao destino final; ela pode

ser compreendida como a distância percorrida a pé, entre o início e o final de um percurso ou trajeto

– ex. trajeto entre ponto de ônibus e residência – e corresponde ao conforto dos pedestres nestas

viagens.

Nanya (2016) divide os atributos do espaço público entre macro escala e micro escala. Segundo a

autora, a macro escala avalia os fatores de desenho urbano como densidade e uso do solo, em

análises realizadas por unidades de área, e a micro escala analisa os elementos da infraestrutura

física viária na escala do pedestre. Estes fatores podem ser: distância a ser percorrida, comodidade,

condições físicas das calçadas (dimensões, materiais de revestimento e estado de conservação),

topografia do terreno e facilidade de atravessar as vias no trajeto, por exemplo, e interferem na

qualidade da acessibilidade do pedestre (microacessibilidade) e afetam as viagens realizadas a pé

(VASCONCELLOS, 2001).

Estas características da microacessibilidade podem ser tratadas como indicadores de desempenho

do espaço urbano (FERRAZ; TORRES, 2004; FONTENELLE et al, 2008) e são classificadas como

categorias relacionadas a segurança, seguridade, conforto, conectividade e estética (ou

atratividade), entre outros aspectos.

Diversos trabalhos foram elaborados para determinar quais fatores do ambiente construído

interferem nas viagens a pé (DIXON, 1996; FERREIRA; SANCHES, 2001; KHISTY, 1994; SARKAR,

2003). Contudo, na grande maioria, estas pesquisas desconsideram a opinião do pedestre, no

entanto, Amâncio; Sanches; Ferreira (2005) afirmam que a melhor forma de avaliar o nível de

satisfação dos pedestres em relação ao espaço público ou à infraestrutura é por meio de pesquisas

de opinião.

A percepção do usuário se dá através de estímulos psicológicos que geram atitudes, de acordo ou

desacordo, passíveis de mensuração para deduzir o comportamento dos indivíduos. Neste caso,

pode-se utilizar uma escala de atitude onde os fenômenos medidos são representados de acordo

com suas propriedades ou qualidades (FERREIRA; SANCHES, 2001).

Alguns autores realizaram pesquisa de opinião com usuários para avaliação da infraestrutura de

pedestres (AMÂNCIO; SANCHES; FERREIRA, 2005; FONTENELLE et all, 2008; ABREU;