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possui cerca de 125.644 veículos motorizados (DENATRAN, 2016), ou seja, um veículo para cada
1,6 moradores. O Plano de Mobilidade de Passo Fundo (2014) mostra que a cidade possui
infraestrutura dedicada à mobilidade acima da média nacional, no entanto, enfrenta sérios
problemas de congestionamentos e acidentes de trânsito.
Conscientes desta realidade, o poder local implantou o sistema de compartilhamento de bicicletas
em maio de 2016, a fim de incentivar a mobilidade ativa e reduzir o uso do automóvel particular.
Conforme o site do sistema “Passo Fundo Vai de Bici” (2017), a rede possui um total de 110
bicicletas distribuídas nas 10 estações inseridas na cidade e um total de 150 vagas. Os usuários
que possuírem interesse em utilizar o sistema devem realizar um cadastro e posteriormente podem
retirar e devolver as bicicletas na estação desejada diariamente das 06h às 22h. As estações de
Passo Fundo pertencem à chamada quarta geração do sistema, já que elas possuem totem
automatizado para autoatendimento. Cada bicicleta pode ser utilizada por duas horas consecutivas
sem nenhum custo.
Segundo relatórios coletados com a Prefeitura Municipal de Passo Fundo (2017), referentes ao
intervalo do dia 12 de maio de 2016 ao dia 20 de janeiro de 2017, cerca e 70% dos usuários do
sistema são homens e aproximadamente 65% destes usuários possui faixa etária entre 20 e 40
anos. Quanto à escolaridade, 28% dos usuários possui ensino médio completo e 25% possui ensino
superior incompleto. Aproximadamente 30% dos usuários não possui renda, 25% recebe de 1 a 2
salários mínimos mensais e 18% recebe até 1 salário mínimo. Cerca de 73% dos usuários utilizam
as bicicletas durante os dias da semana e 48% utilizam no intervalo do meio-dia até às 18 horas,
com um tempo médio de 27 minutos por viagem.
Até o dia 20 de janeiro de 2017 foram percorridos 275.803 km com as bicicletas pertencentes ao
sistema e um total de viagens realizadas de 57.145, ou seja, uma média de 225 viagens diárias.
Os relatórios gerados pela Prefeitura Municipal (2017), utilizados como forma de publicidade pela
mesma, estimam que com estas viagens sendo realizadas de bicicletas estejam sendo poupados
cerca de 216.200 kg de CO
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ou seja, o equivalente a 145.330 km percorridos a menos por
automóveis movidos a combustíveis de origem fóssil. Porém, não é possível afirmar cientificamente
que este resultado esteja realmente coerente, já que não é correto afirmar que todas as pessoas
que utilizaram a bicicleta para se deslocar iriam utilizar um automóvel ou qualquer outro veículo
motorizado, no caso de não terem acesso ao sistema de compartilhamento de bicicletas. No
entanto, pode-se destacar que outros estudos já foram desenvolvidos acerca deste tema, utilizando-
se algumas ferramentas de Avaliação Pós Ocupação (APO), onde foram aplicados questionários
em 100 usuários do “Passo Fundo Vai de Bici”, constatando-se que 25% dos mesmos estão
substituindo viagens de transporte público e 25% estão substituindo viagens de carro particular
(SARAIVA; MUSSI; RIBEIRO, 2017). Com isso, pode-se constatar que há contribuições para o
aumento na qualidade do ar e a redução dos congestionamentos, no entanto, estas contribuições
não podem, ainda, ser quantificadas com precisão.
Também, segundo os dados coletados junto a Prefeitura Municipal de Passo Fundo até o dia 20 de
janeiro de 2017, haviam aproximadamente 20.000 usuários cadastrados no sistema, o que aponta
para uma aceitação e grande interesse por parte da população passofundense quanto ao sistema
de bicicletas compartilhadas.
Quanto aos aspectos sociais, destaca-se que as bicicletas estão disponíveis para toda a população,
ou seja, proporcionando uma maneira fácil e rápida de se deslocar na cidade. Além disso, por ser
um programa gratuito, as bicicletas aumentam as chances de acessibilidade para a população de
baixa renda e contribuem para aspectos econômicos, já que reduzem os custos diários em
deslocamentos, seja para aqueles que dependem do transporte público ou para aqueles que
dependem de automóvel particular e estão optando pela substituição.