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obtida pelo mobiliário e pelos espaços de atividades arranjados espacialmente, de modo que as
condições de uso, acesso e articulação entre mobiliário, equipamentos e componentes do edifício
(geometria dos ambientes) sejam adequadas às funções executadas naquele local.
Logo, para cada mobiliário ou equipamento proposto pelo layout se define o espaço de atividade
correspondente, classificando-o em três níveis distintos: mínimo, recomendado e ótimo. Dessa
maneira, a partir da sobreposição desses parâmetros nas plantas, é possível visualizar se há uma
adequação entre aos mobiliários e equipamentos propostos e os seus respectivos espaços de
atividades, bem como identificar os pontos com maiores/menores conflitos, atestando-se ainda
quais formatos favorecem a melhor distribuição do layout.
7.3.3 Analogias geométricas e relação entre os elementos da planta: profundidade e
integração
Por elementos da planta, Klein (1980) entende todas as áreas que podem ser percebidas de forma
unificada ao entrar em um determinado espaço, revelando a impressão geral que o usuário tem da
habitação, seja de modo consciente ou não. Para a compreensão dessas relações adotou-se as
ferramentas de análise da sintaxe espacial (Hillier e Hanson,1984), as quais nos permitiram
identificar as relações entre homem e espaço construído por meio dos grafos de acesso. Os grafos
constituem a representação gráfica das matrizes de um sistema de partes intercomunicantes, em
nosso caso, os espaços internos das UHs. A planta-baixa é convertida em espaços convexos onde
cada espaço é representado por um nódulo e as ligações entre eles por uma linha. A partir disso,
determinam-se a distribuição e organização dos diferentes cômodos e setores, bem como diferentes
variáveis analíticas, tais como: profundidade, profundidade média, integração entre outros.
A aplicação dessas variáveis permitiu descrever as relações de acessibilidade dos espaços da casa
e sua estrutura topológica. A profundidade consiste da distância topológica percorrida entre
diferentes nódulos cada mudança de espaço representa uma nova profundidade, sendo os espaços
mais rasos ou mais profundos se estiverem mais ou menos próximos à origem, chamada de raiz. A
profundidade média (
Mean Depth - MD
) do sistema é calculada pela média da profundidade de
todos os espaços, considerando a raiz como ponto inicial. Os valores de integração ou Real Relative
Assymetry (RRA) (Hillier e Hanson, 1984), por sua vez, medem o potencial de acessibilidade de um
espaço em relação a todos os demais de um sistema . Portanto, para nossa análise foram utilizados
grafos enraizados no exterior das UHs, definindo-se a integração e profundidade dos ambientes,
traçando-se, ainda, as inequações de integração da sala de estar, sala de jantar, cozinha e suíte do
casal de cada UH a fim de estabelecer um comparativo entre elas .
8. RESULTADOS PARCIAIS
Considerando o recorte definido, foram escolhidos para o artigo um total de cinco empreendimentos,
cada um de uma construtora diferente. Os edifícios foram nomeados em I, II, III, IV e V e suas
plantas foram obtidas através dos sites ou de folders de divulgação das construtoras, em que se
obtivesse o layout como projetado.
Para obtenção dos grafos justificados e dos valores de profundidade, profundidade média e integração foi utilizado o
programa JASS, desenvolvido pelo SAD – Spatial Analysis & Design, KTH School of Architecture, Stockholm. Segundo
os cálculos do programa, os valores mais baixos de RRA indicam maior acessibilidade, ou menor assimetria relativa do
sistema.
As categorias dos grafos foram definidas de acordo a setorização do exame preliminar, sendo elas: dormitórios, estar,
dependências secundárias – as quais foram subdividas entre cozinha, circulação e demais dependências secundárias.
Para o comparativo das integrações foram escolhidos os ambientes mais recorrentes nos estudos sobre o tema.