Table of Contents Table of Contents
Previous Page  1666 / 2158 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 1666 / 2158 Next Page
Page Background

1666

by builders further the individualism of the inhabitants - characteristic of contemporary society; on

the other hand, it can make social relations and the autonomy of different kind of families more

difficult. Therefore, our contribution is to expand the discussion about housing quality offered by the

real estate market it relation with the built environment especially in the sense of dimensional e

functional quality.

Keywords:

minimum housing; dimensional quality; functionality

6. INTRODUÇÃO

A produção de habitações mínimas se fundamentou na ideia de que seria possível atender as

necessidades de morar da população através da construção de unidades habitacionais (UHs) com

dimensões reduzidas, que adotando o funcionalismo e racionalismo, abrigassem os potenciais usos

dos espaços, através do agrupamento de setores (social, íntimo e serviços) e atividades. Esses

preceitos se afirmaram a partir da intensificação do processo de urbanização, da consolidação do

modernismo, com o advento das novas tecnologias e as crises habitacionais oriundas das duas

grandes Guerras.

Entre as décadas de 1920 e 1950, os conceitos e a tipologia das habitações mínimas - também

tratadas na literatura por habitações compactas, foi amplamente difundido, nos Congressos

Internacionais de Arquitetura Moderna (CIAMs), como pode ser constatado nas proposições de

Alexander Klein, quando afirmava:

Não se pode resolver todo problema por mera redução de cada uma das exigências

fundamentais de uma habitação; é, ademais, imprescindível elaborar um programa

completo de habitações e criar novas tipologias tendo em conta tanto as questões

sociais, econômicas, o número de membros de cada família e seu modo de vida como

a distribuição dos diferentes tipos de habitação segundo as características dos

diferentes bairros da cidade. (KLEIN, 1980, p. 75 – tradução livre)

Entretanto, passados quase um século das primeiras discussões, a produção imobiliária atual

brasileira aparentemente subverteu os preceitos do habitar mínimo a meros valores dimensionais

e/ou econômicos. Além disso, apoiando-se nas políticas nacionais de habitação e nos regramentos

urbanísticos encontram respaldo legal para adotar padrões arquitetônicos mínimos, que não

satisfazem a qualidade dimensional e a funcionalidade dos ambientes projetados e ignoram os

pressupostos de novas tipologias ou a adequação aos diferentes contextos e famílias, como

apontam outros estudos precedentes . Nesse contexto, a discussão aqui proposta tem por objetivo

analisar a produção de habitações compactas do mercado imobiliário quanto aos seus aspectos

dimensionais e funcionais, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, cujas unidades tenham

dois dormitórios, áreas entre 50m² e 60m² e construídas entre os anos de 2005 e 2015 .Se o

prenúncio da compactação das habitações verticais em Natal esteve inicialmente ligado a projetos

financiados pelo Estado, através das ações do Banco Nacional de Habitação (BNH), foi através da

iniciativa privada que esta se intensificou e se consolidou.

Ver a respeito

:

REIS e LAY, 2002; FOLZ, 2003; TRAMONTANO, 2003; LAPETINA, 2007; PALERMO, 2009;

BARCELOS, 2011; PORANGABA, 2011; VASCONCELOS, 2011; PEREIRA, 2015).

3

Em sua tese de doutorado, Queiroz (2012) aponta as cincos construtoras com maior volume de produção registrado em

cartório dentre o período de 2000 a 2010, assumidas como objeto estudo neste artigo. No que diz respeito a faixa de

áreas, nas UHs acima de 60m² já era possível encontrar três dormitórios, o que fugia ao objeto de dois dormitórios,

definido como padrão.