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5 CONCLUSÕES PRELIMINARES

A partir da amostra analisada percebe-se que se por um lado as circulações estão normalmente

desimpedidas de obstáculos, por outro dividem lugar com os espaços destinados as atividades

inerentes a cada mobiliário, visto que a superfície livre das plantas é compartilhada por ambos. Os

mobiliários, por sua vez, estão considerados dentro de dimensões bastante exíguas e em grande

quantidade, o que muitas vezes compromete as necessidades de uso dos mesmos. Logo, a menos

que sejam feitos móveis planejados, as plantas analisadas utilizam dimensões de equipamentos

que muitas vezes não são encontradas dentro do mercado varejista de móveis, dificultando,

portanto, a adaptação do usuário ao layout proposto nas plantas de venda, confirmando os estudos

de Boeuri Filho (2008). Em relação a estrutura organizadora das habitações, nota-se um padrão

repetitivo com uma estrutura bastante rígido, setorizado e hierarquizado dentro dos moldes

modernistas, com a família nuclear e divisão em setores funcionais das habitações como mote das

relações a partir do exterior.

Conclui-se também que se por um lado o mercado imobiliário segue a organização setorizada das

primeiras habitações mínimas, por outro tende a subverter o conceito do mínimo restringindo-o

apenas ao dimensionamento dos ambientes. Ao propor ambientes que não abrigam

adequadamente as atividades, que não possuem mobiliários dentro dos padrões do mercado

varejista, ou ambientes que são bastante rígidos e hierarquizados, desconsiderando os novos

padrões de famílias brasileiras, o mercado imobiliário relega aos consumidores, layouts nos quais

a maioria dos compradores ou não poderá pagar para se ajustar a eles, ou será ludibriado pelas

plantas de vendas.

A casa própria continua sendo um dos principais sonhos das famílias brasileiras. Logo, projetar

espaços e condicioná-los a adoção de móveis planejados, é fechar os olhos para a realidade

econômica de boa parte dessas famílias, que não poderão arcar com custos de móveis sob medida

- como propõe boa parte das plantas analisadas. Por isso, acreditamos que para se obter um

dimensionamento mínimo faz-se necessário projetar a partir de dimensões de ambientes

satisfatórias tanto para os espaços de atividades, quanto para os mobiliários. A qualidade do espaço

construído das habitações influencia diretamente nas dinâmicas sociais da casa e na forma como

esses indivíduos se relacionam, não só no ambiente familiar, mas, principalmente, na sociedade

como um todo.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOUERI FILHO, José Jorge. Projeto e dimensionamento dos espaços da habitação: espaço de

atividades. São Paulo: Estação das letras e cores, 2008. 48p.

HANSON, Julienne. Decoding homes and houses. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.

328p.

HILLIER, Bill; HANSON, Julienne. The social logic of space. Cambridge: Cambridge

University Press, 1984. 281p.

KLEIN, Alexander. Vivienda mínima: 1906-1957. Barcelona: Gustavo Gili, 1980. 363p.

NATAL. Decreto n° 8.688, de 06 de abril de 2009. Define regras para alteração de classificação de

uso dos projetos de edificação do tipo Hotel-Residência ou similar para o uso residencial e dá outras

providências.

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