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Os resultados obtidos indicam que o método projetado de execução do reboco teve um consumo
real mais próximo o valor teórico esperado, apresentando um média de consumo 14,5% superior
aos 19 kg/m².cm que foi estipulado pelos estudos em laboratório do fornecedor. O sistema
convencional, por sua vez, teve seu consumo médio de 32,2 kg/m².cm, valor 49,7% maior do que o
consumo teórico que era de 21,5 kg/m².cm. Alguns autores enfatizam a confiabilidade do sistema
mecanizado frente ao tradicional quando se compara consumos práticos e teóricos. Entretanto,
estudos também reafirmam que fatores externos ao sistema de revestimento como problemas na
execução da alvenaria, que geram erros de prumo e alinhamento, inexperiência dos operários, entre
outros, também influenciam no aumento de consumo de argamassa. Porém, como a variação de
espessura de revestimento não foi grande nos dois métodos de projeção, infere-se que menores
perdas podem ter ocasionado à vantagem do sistema projetado.
4.4 Perdas no sistema
Como apresentado anteriormente, a pesquisa focou-se nas perdas que ocorrem na fase de
execução do reboco, isto é, para os cálculos foram apenas considerados dois tipos de perdas
físicas: as provenientes de uma espessura inadequada da que devia ser realizada conforme o
projeto e também as perdas gerais que foram nomeadas como “outras perdas”. Dessa forma, segue
na Figura 4 a porcentagem de cada um desses tipos de perdas que cada sistema teve.
Figura 4
: Comparação do índice de perdas dos sistemas de revestimento em argamassa
Acima é ilustrada a considerável diferença no índice de perdas que os sistemas possuem quando
comparado, tendo o método convencional perdas globais média de 50,3% e o método projetado
com valores médios de perda variando entre 19,7% e 25,3%, ou seja, uma redução de até 115%
nas perdas do sistema. Percebe-se também que a média das perdas por espessura excessiva se
assemelhou bastante nos dois sistemas de revestimento em argamassa, apresentando valores
entre 6,4 e 8,5 % para ambos os casos, o que evidencia que erros de execução do reboco com
espessuras fora do padrão de projetos não foram tão significativas na obra.
Entretanto, o índice de perdas referente às outras perdas ao longo do processo foi de 41,8% no
sistema convencional, valor bastante significativo quando comparado ao projetado. Segundo Costa
(2005), as perdas no sistema convencional costumam se acumular desde o armazenamento,
transporte chegando até a execução do reboco com uma reutilização ineficaz da argamassa
acumulada no chão após o lançamento. E foram justamente nessas três fases do processo que se
percebeu potenciais de perda: devido ao caminhão com argamassa usinada que desperdiçava ao