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É importante que as empresas desenvolvam modelos de negócios inteligentes e lucrativos que

estimulem cada vez mais esse tipo de prática.

O Brasil, assim como vários países em desenvolvimento, ainda tem um longo caminho até atingir a

universalização da coleta e tratamento do esgoto sanitário, e para tal grandes investimentos terão

de ser feitos nas próximas décadas. É fundamental que os gestores responsáveis pelo

planejamento se apoiem nos conceitos de Economia Circular e Nexus para a tomada de decisão,

pois diante do atual cenário e do futuro que se projeta não há mais espaço para desperdícios.

Algumas pesquisas estão em curso no país para criação e aprimoramento de tecnologias que

recuperem e permitam a reutilização dos insumos resultantes do tratamento de esgoto que devem

ser estimuladas e aproveitadas no planejamento das ações. Muitos países já entendem que esse

não mais um tipo de investimento opcional, mas necessário para assegurar a disponibilidade desses

recursos no futuro e também pelo fato de serem extremamente lucrativos quando bem explorados.

As pesquisas tecnológicas estão em curso e o próximo desafio dos gestores será o desenvolvimento

de modelos de negócios para maximizar os ganhos com a comercialização desses insumos. Traçar

cadeias de valor, estruturar cadeias de clientes, fornecedores, logística e de todos os stakeholders

envolvidos, assim como avaliar a viabilidade econômica desse tipo de projeto é tarefa fundamental

para que as empresas tenham segurança e se sintam cada vez mais estimuladas a fazer esse tipo

de investimento. Esse é o papel dos pesquisadores e gestores.

Em paralelo é importante que a regulação para utilização desses insumos no Brasil sejam revistas

e atualizadas. A maior parte da legislação existente foi desenvolvida para padrões lineares de

produção e consumo (IWA 2016), e necessita ser melhorada para estimular a recuperação,

reutilização e reciclagem. A utilização de insumos como água, energia e nutrientes já é bem definida

e regulada a vários anos em diversos países de primeiro mundo, o que estimula o investimento

empresarial. No Brasil ainda não existe regulação para várias dessas práticas, o que inviabiliza a

ação das empresas.

O Brasil precisa de gestores capacitados que entendam que tratar o esgoto já não é mais suficiente.

Com uma visão mais ampla, o sistema de esgotamento sanitário brasileiro tem potencial para ser

uma importante fonte de água, colaborar com a matriz energética do país, recuperar nutrientes que

estão atingindo seu pico e ainda colaborar com a mitigação do lançamento de gases de efeito estufa

(GEE) na atmosfera. A mudança em direção a um cenário mais sustentável é possível, basta que

haja real e sincero interesse.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDERSEN M. An introductory note on the environmental economics of the

circular economy. Sustainability Science 2007;2(1):133

40.

BIZIKOVA L., CRAWFORD E., NIJNIK M., SWART R. Mitigation and adaptation strategies for global

change 19 (4), 411-430

Berliner Wasserbetriebe.

http://www.bwb.de/content/language1/html/6946.php.

Acesso em:

09/12/2016. [Online].

COPASA.

http://www.copasa.com.br/wps/portal/internet/esgotamento-sanitario/valorizacao-do- esgoto/conteudos/ete-sustentavel.

Acesso em: 09/12/2016. [Online].