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sociedades, é a principal razão do rápido esgotamento dos recursos naturais em todo o planeta. De

acordo com a UE (2014), pode-se definir Economia Circular como: um conceito teórico que está

principalmente preocupado com a transição da produção linear e modelo de consumo de "take-

make-dispose” (“extrair, transformar, descartar”) para a restauração e reutilização, reparação,

renovação e reciclagem de materiais e produtos existentes. Com base nos princípios fundamentais

da "redução, reutilização e reciclagem", o conceito de Economia Circular pretende alcançar "melhor

produção, minimizando a utilização de recursos naturais e emissão de poluentes ao mesmo tempo,

e mínimo desperdício, reutilizando os resíduos da produção, reciclacando e restaurando os resíduos

tecnicamente inúteis" (Wu et al, 2014:. 164). O paradigma da economia circular sustenta

continuamente a circulação de recursos e energia num sistema fechado (o planeta), reduzindo a

necessidade de novas entradas de matéria-prima em sistemas de produção (Genovese

et al

., 2017).

Uma economia circular é uma alternativa atraente e viável que diversas empresas já começaram a

explorar (EMF, 2012). Ainda que não seja na mesma intensidade e direção, as empresas têm se

tornado mais conscientes sobre tal conceito, vendo-o como um mecanismo que pode ser usado na

criação de vantagens competitivas (EMF, 2013). Entende-se que a Economia Circular não se

preocupa apenas com a redução do uso do ambiente como um dissipador de resíduos (Andersen,

2007) ou com a redução do “cradle-to-grave” (berço à sepultura) do fluxos de materiais (como a

gestão da cadeia de suprimento sustentável sugere), mas sim com a criação de metabolismos que

permitem métodos de produção que são auto-sustentáveis, fieis à natureza e em que os materiais

são usados mais e mais vezes (McDonough e Braungart, 2002). Partindo deste princípio, em 2013

a Ellen MacArthur Foundation criou o Programa Circular Economy 100 (CE100) para apoiar

empresas, governos e cidades no aproveitamento dessas oportunidades. Essa plataforma global

reúne empresas líderes em seus mercados (por exemplo Cisco, Google, H&M, Intesa

Sanpaolo, NIKE Inc., Philips, Renault e Unilever, etc.), inovadores emergentes, PMEs, órgãos

governamentais, cidades, parceiros acadêmicos e redes afiliadas para acelerar a transição para a

economia circular. O CE100 promove um fórum exclusivo para a criação de capacidades circulares,

endereçando barreiras comuns ao progresso, entendendo as condições necessárias para a

implementação e adotando projetos-piloto de práticas circulares em um ambiente colaborativo

No entanto, é importante destacar que o conceito de Economia Circular preocupa-se principalmente

com os fluxos de materiais em sistemas econômicos, através de uma mudança de paradigma na

filosofia de produção, deixando, portanto, outras questões importantes, tais como o entendimento

dos impactos ambientais (como, por exemplo, os relacionados com o consumo de energia e

emissões de carbono) e as implicações de tais impactos não resolvidos (Genovese

et al

., 2017).

Diversas correntes por todo o mundo entendem que a política convencional e a tomada de decisões

em "silos" precisam dar lugar a uma abordagem que reduza os trade-offs e crie sinergias entre os

setores. Nesse contexto surge o conceito de Nexus. Este conceito, voltado principalmente para a

relação entre os recursos água, energia e alimento, aborda externalidades entre setores e busca o

alcance da eficiência global na utilização dos recursos. O Nexus reconhece que os setores de água,

energia e alimentos são tão fortemente interligados que ações em uma área geralmente provocam

impactos nas outras. Frequentemente esses setores operam isoladamente, e a busca por

segurança em um deles pode comprometer os demais. Nesse contexto, o Nexus emergiu como um

conceito útil para descrever e abordar a natureza complexa e inter-relacionada de nossos sistemas

de recursos globais, dos quais dependemos para atingir diferentes objetivos sociais, econômicos e

ambientais (FAO, 2014). Em termos práticos, o Nexus pode ser definido como uma abordagem para

avaliação, desenvolvimento e implementação de políticas, que incide simultaneamente sobre a

água, energia e segurança alimentar (Bizikova et al., 2014). Mais amplamente, apresenta uma