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Além das medidas descritas acima, atividades de treinamento e sensibilização para todos os

colaboradores buscam minimizar a geração de resíduos, otimizar a segregação e reduzir as perdas

por armazenamento e transporte indevidos. Tais atividades podem ser realizadas através de

dinâmicas de grupos, jogos empresariais, apresentações teatrais, exibições de vídeos, gincanas,

dentre outras atividades semelhantes, sempre com temas relacionados ao PGRCC. Além disso, é

fundamental gerar evidências como, por exemplo, comprovantes de treinamento e listas de

presença, além de demonstrar a importância da colaboração de cada um e do trabalho em equipe.

Realizadas as medidas técnicas e os treinamentos com os envolvidos, é necessário tomar decisões

voltadas à gestão dos resíduos. Para isso, é imprescindível o preenchimento do Controle de

Transporte de Resíduos (CTR), buscando identificar e quantificar o resíduo coletado. Com o

preenchimento periódico de CTRs, é importante realizar um acompanhamento por meio de planilhas

de controle. Deve também ser definida uma equipe responsável por acompanhar a gestão e o

controle das planilhas de saída, a reutilização de resíduos, os comprovantes de transporte de

resíduos e o arquivamento dos documentos e das licenças ambientais das empresas contratadas.

Como forma de gestão, seria necessário estabelecer indicadores que sejam periodicamente

acompanhados e que demostrem a evolução da gestão. Para acompanhar e analisar esses

indicadores, é ideal montar um

check-list

de atendimento ao PGRCC com sistema de pontuação,

permitindo, assim, avaliar em percentual a conformidade da obra com o plano. O primeiro indicador

seria sobre a eficiência da segregação, definida pela porcentagem de resíduos segregados em

relação aos resíduos gerados, permitindo avaliar o desempenho da gestão de resíduos da obra. O

segundo item seria a adequação do fluxo de resíduos, resultado de inspeções periódicas desse

fluxo, o que compete às etapas de segregação, organização e armazenamento final de cada tipo

de resíduo. O terceiro item, seriam os resultados de inspeções periódicas sobre a emissão e sobre

o arquivamento da documentação relacionada aos resíduos. Por último, o quarto item seria sobre o

cumprimento das atividades de educação ambiental descritas acima.

Posteriormente, deverão ser tratadas as questões referentes à reutilização, reciclagem e destinação

final dos resíduos. A solução proposta para melhoria da gestão verificada nessa pesquisa seria a

contratação de uma empresa especializada na reciclagem de resíduos de gesso, o que atende aos

critérios de sustentabilidade do CONAMA. Todas essas medidas acima citadas poderiam auxiliar

na manutenção e no controle do gerenciamento de resíduos, desde que acompanhadas por um

responsável. Cabe aqui salientar que o sucesso da gestão de resíduos em canteiro de obra está

diretamente associado ao comprometimento da equipe administradora da obra.

Nas duas obras analisadas, o valor orçado para o gesso foi superado pelo valor real gasto. Verificou-

se, também, que o consumo de gesso está acima do estimado pela literatura, visto que Souza

(2009) estimou o consumo de gesso para revestimento desempenado entre 3,4 e 8,7kg/m²

revestido. O menor valor de consumo encontrado pela pesquisa é de 9,53kg/m², sendo muito

provável que esse alto valor seja reflexo da ineficiente gestão de resíduos feita pela empresa. Já a

estimativa de geração de resíduos encontrada na literatura é similar aos valores encontrados nas

obras aqui avaliadas. Foi visto aqui uma geração de resíduos máxima de 3,02kg/m² e uma perda

máxima de material de 32%. Segundo Meriguetti (2008, apud BARZOTTO, 2015), a estimativa de

geração é de 2,99kg de resíduo/m² revestido, em construções de obra padrão classe “A” de

acabamento, e conforme Sá e Pimentel (2009) as perdas por resíduos são próximas a 30%.

Os resultados mostram índices de consumo e de perdas respectivamente maiores e menores do

que os estimados na literatura. Isso pode ocorrer devido às perdas durante o transporte de material

do estoque ao local de execução, na própria estocagem, ou ainda em perdas incorporadas à

execução, como, por exemplo, o aumento da espessura da camada de revestimento. É também