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A gestão ambiental de um canteiro de obras não visa apenas cumprir a legislação, mas gerar

qualidade, produtividade, contribuir para a diminuição de acidentes de trabalho e reduzir os custos

do empreendimento e da destinação dos resíduos (DRYWALL, 2009). Em 2002, o Conselho

Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), órgão do governo que estabelece a Política Nacional do

Meio Ambiente, implantou a Resolução n. 307, que estabeleceu as normas e procedimentos para a

correta disposição dos resíduos da construção civil. Esta Resolução apresenta uma série de ações,

definições de responsabilidades e deveres devendo ser obedecidos pelos geradores de resíduos,

alertando ainda que são os geradores dos resíduos os responsáveis pelos mesmos (CONAMA,

2002).

Em 2011, houve uma alteração na Resolução 307, na qual o gesso, que era classificado como

resíduo de classe C (sem alternativas tecnológicas ou economicamente viáveis de reciclagem),

passa a ser resíduo de classe B, sendo classificado como resíduo com possiblidade de reciclagem

para outras destinações; ao lado de materiais como o plástico, metais e vidros (CONAMA, 2011).

Com o objetivo de estabelecer a Política Nacional de Resíduos Sólidos, foi instituída a Lei n.

12.305/2010, que informa que é responsabilidade das empresas da construção civil elaborar,

implementar e operacionalizar o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em conformidade

com as diretrizes estabelecidas pelo SISNAMA. O plano deve ser previamente aprovado por órgão

competente, sendo parte integrante do processo de licenciamento ambiental de empreendimentos

(BRASIL, 2010). Dessa forma, buscou-se aqui elaborar um modelo de gestão para este tipo de

resíduo, com base na legislação vigente, demonstrando que seguir esse modelo pode promover

economia no canteiro de obras e também gerar indicadores quantitativos de perdas, no caso de a

gestão não ser satisfatória.

2. OBJETIVO

O objetivo da pesquisa foi realizar um diagnóstico e propor melhorias sobre o sistema de gestão de

resíduos da execução de acabamentos em gesso de duas obras da cidade de Porto Alegre - RS.

Tanto o diagnóstico como a proposta de melhorias foram baseados na caracterização do consumo

do material e na avaliação das práticas de gestão adotadas pela empresa.

3. MÉTODO DE PESQUISA

Inicialmente realizou-se uma breve pesquisa bibliográfica a fim de coletar informações sobre o

assunto, levando os dados obtidos ao longo de todo o desenvolvimento do trabalho. Nessa etapa

foram pesquisados os diferentes métodos de execução de acabamentos em gesso, bem como os

resíduos gerados em sua aplicação. Também foi pesquisada uma sistematização do gerenciamento

de resíduos da construção civil para as distintas aplicações do gesso, enquanto, simultaneamente,

se identificavam alternativas para essa gestão.

O estudo de caso foi realizado em duas obras – nomeadas nessa pesquisa como obras A e B – de

padrão “C” do programa governamental Minha Casa Minha Vida. A obra A, localizada na cidade de

Porto Alegre, consistiu em duas torres, cada qual com sete pavimentos, e oito apartamentos por

pavimento. Já a obra B, consistiu em treze torres, com cinco pavimento cada uma, e oito

apartamentos por pavimento, sendo essa localizada na cidade de Sapucaia do Sul. Os dois

empreendimentos foram realizados com blocos cerâmicos de alvenaria estrutural e revestidos com

pasta de gesso. O revestimento foi objeto do estudo no âmbito da caracterização do consumo e da

estimativa de resíduos gerados por metro quadrado revestido. Cabe aqui salientar que nas obras

avaliadas, foi utilizado somente o revestimento na forma de pasta de gesso, de modo que este

estudo está construído unicamente sobre essa maneira de aplicação do gesso. O diagnóstico foi

realizado por meio do acompanhamento das práticas de gerenciamento diretamente nas obras,