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decomposição da matéria orgânica e a remoção das formas de nitrogênio e fósforo por meio da

transformação e absorção direta por plantas macrófitas aquáticas (COOPER; FINDLATER, 1990).

As macrófitas são importantes fontes de energia e matéria para as cadeias alimentares em

ecossistemas aquáticos. Além disso, propiciam abrigo para reprodução e proteção de organismos

aquáticos e pássaros, retiram o excesso de substâncias tóxicas na água, promovem a

heterogeneidade espacial e temporal no corpo hídrico, protegem as margens do corpo hídrico contra

o processo erosivo, e favorecem assim a biodiversidade biológica e de outros organismos aquáticos

(AGEVAP, 2007).

Um exemplo de plantas macrófitas utilizadas em

wetlands

é a

Typha.

Vulgarmente conhecida por

Taboa, é uma planta pertencente à família

Typhaceae

, originária da América do Sul. É uma planta

daninha aquática encontrada frequentemente em margens de lagos, lagoas ou represas, canais de

drenagem e baixadas pantanosas em geral. Plantas de

Typha

absorvem metais pesados, inclusive

o cobre, podendo contribuir para o saneamento ambiental (Kissmann, 1997).

Estudos realizados em diferentes Instituições e Universidades no Brasil e no mundo indicam

resultados promissores na aplicação dos

wetlands

para tratamento de efluentes (MEIRA

et al.

, 2001;

SOUSA

et al.

,

2004; TONIATO

et al.

, 2005; BRASIL

et al.

, 2007; ALMEIDA

et al.

, 2007; SUN;

AUSTIN, 2007; ESCOSTEGUY

et al.

, 2008; CALIJURY

et al.

, 2008; YALCUK; UGURLU, 2009; VON

SPERLING

et al.

, 2009).

2. OBJETIVO

Este trabalho objetiva o estudo de

wetlands

como unidade de pós-tratamento de lixiviado de aterro

sanitário, comparando a eficiência do sistema com e sem o uso de plantas macrófitas do gênero

Typha

. Para isso, acompanhou-se o desenvolvimento das plantas durante a etapa de aclimatação

nos

wetlands

e se avaliou o processo de tratamento realizado, em relação à eficiência de remoção

de matéria orgânica carbonácea e nutrientes (nitrogênio amoniacal e fósforo) quando operados com

diferentes misturas de lixiviado e esgoto sanitário pré-tratados.

3. MÉTODO DE PESQUISA

O objeto de estudo constitui a Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. Diariamente, são lançados cerca

de 190.000 m³ de esgoto doméstico nesta malha hídrica. Contudo, apenas 5 % destes efluentes

são tratados, sendo esta a principal causa da condição atual da qualidade das águas da Bacia.

Segundo classificação CONAMA Resolução 357/2005, 50 % de sua extensão se encontra na classe

4 (FEPAM, 2009).

A pesquisa experimental desenvolveu-se nas seguintes etapas: (1) construção dos

wetlands

; (2)

aclimatação das plantas; e (3) monitoramento do processo de tratamento do lixiviado consorciado

com esgoto.

Os

wetlands

construídos operaram com fluxo superficial de escoamento horizontal. Estes foram

preenchidos com uma camada de pedras (brita 5), pois segundo a bibliografia, é a mais utilizada

como meio suporte em filtros. Uma das unidades operou com macrófitas e a outra sem, a fim de

realizar a comparação da eficiência entre ambos.

O efluente foi bombeado de um reservatório de 5000 L (contendo as misturas de lixiviado e esgoto)

para os

wetlands

com auxílio de bombas dosadoras na vazão de 13,9 L/h por

wetland

.

As unidades piloto de tratamento de lixiviado foram construídas na área da Estação de Tratamento

de Esgotos da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. O sistema consistiu em dois reservatórios

de alvenaria idênticos, com dimensões de 1,00 m de largura, 2,00 m de comprimento e 0,90 m de

profundidade, possuindo 1,80 m³ de volume vazio. A capacidade de volume útil apresentada foi de