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Figura 2.
Sítio UA no bairro de Graça
Passado (à esquerda) e atual (à direita) da UA em Graça, Lisboa
O local foi remodelado pela administração da cidade como parte de um plano para incorporá-lo em
um parque urbano. O dia em que a UA anterior foi reduzida tornou-se notícia nacional: os jovens
que se opunham ao processo foram retirados do terreno, sendo usado a força policial (Figura 2).
Apenas a população local voltou para as parcelas reestruturadas ao lado do parque.
O local da UA no bairro de Oriente permanece inalterado. Em frente aos locais de Chelas ou Graça
a terra não é pública. Como pertence à empresa que entrega água em Lisboa (EPAL), não tem de
seguir o regulamento posto em prática pela administração municipal. Os agricultores mostraram
satisfeitos mesmo sem a presença de redes de infraestrutura urbana como a rede de abastecimento
de água, ou sem um abrigo contra intempere ou um espaço para guardar as ferramentas, sendo
obrigados a transportar todas os seus materiais de trabalho e a sua produção para a moradia de
uso permanente.
3.2 A agricultura urbana nas cidades brasileiras
Já em muitos países da Europa e da América Latina, mais pessoas estão agora engajadas na
agricultura urbana para fins de cultivo doméstico do que para a produção agrícola. Enquanto a
Europa se confronta com a redução dos excedentes de alimentos e a procura total de alimentos
não é esperado aumento significativo, no Brasil, os aspectos funcionais da produção alimentar
continuará a aumentar em importância.
Em 2015, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) publicou uma lei de
apoio a projetos de Agricultura Urbana e Periurbana . A população urbana vulnerável de 42 cidades
brasileiras poderá se beneficiar de terrenos agrícolas para produzir colheitas e comercializá-los com
o apoio do MDS que passará a investir US $ 300 milhões. O MDS recebeu 107 registros e qualificou
42. A maioria dos aceitos estão localizados na região do Nordeste.
3.2.1 A agricultura urbana em São Paulo
Em São Paulo, a agricultura urbana ativista melhorou sua organização nos últimos anos. Nisso, as
redes sociais desempenham um importante papel. Como no caso do bairro Graça em Lisboa,
também aqui, o grupo "Hortelões" fora criado em 2011 no Facebook. Hoje conta com quase 25 mil
seguidores. São pessoas de todo o Brasil que trocam experiências e discutem a produção de