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5. CONCLUSÃO

O trabalho permitiu concluir que dos oito softwares analisados, três se apresentaram acessíveis aos

estudantes de Arquitetura e Urbanismo, os softwares Flow Design, Fluxovento e ENVI-met, não

somente pela viabilidade financeira, mas também por sua interface mais intuitiva.

O Fluxovento obteve rendimento muito satisfatório em relação a escala de análise (a) Ambiente

Interior, pois apresentou escoamento do fluido de forma rápida e precisa, embora não se tenha a

possibilidade de análise da velocidade dos referidos fluidos. O software Fluxovento não obteve

resposta, quanto à escala (b) Envoltória, suficiente para mostrar os efeitos dinâmicos do vento

como: desprendimento de vórtice, drapejamento e outros efeitos de nenhum dos grupos

morfológicos. A aplicação nas escalas de análise (c) Entorno Próximo e (d) Análise Urbana não

demonstrou o escoamento preciso, principalmente quando simulados ambientes muito adensados

como no caso do grupo morfológico III.

O ENVI-met, diferentemente do Fluxovento, não possibilitou a análise da escala (a) Ambiente

Interior. Na escala de análise (b) Envoltória, não foi possível analisar a pressão dos ventos sobre a

edificação, não obstante, foi apresentada pelo programa a alternativa de análise dos efeitos

dinâmicos do vento. Quanto às escalas de análise (c) Entorno Próximo e (d) Análise Urbana, o

ENVI-met mostrou-se preciso e o mais ideal dentre os analisados. Como resultado das diversas

variáveis inseridas, apresentou o correto escoamento do vento em ambiente densos e não densos,

como foi classificado nos grupos morfológicos deste trabalho, inclusive com elementos obstrutores

como a vegetação, os muros e outros elementos. Permitiu, também, a possibilidade de visualização

de uma gama de dados não somente ligados à ventilação, mas também dos elementos que

influenciam o fluxo do vento, como a temperatura, umidade do ar e também o mapa de massa de

vegetação.

O Flow Design, apesar de permitir a análise da escala (a) Ambiente Interior, não possui bom

manuseio da visão da simulação, fator que dificulta o entendimento do resultado. O software obteve

o melhor desempenho na análise da escala (b) Envoltória, pois permite compreender o fluxo do

vento e seus efeitos na visualização 3D, além das pressões sobre as faces da edificação e a

velocidade do vento em escala de cores. Na simulação das escalas de análise (c) Entorno Próximo

e (d) Análise Urbana, o Flow Design se mostrou com desempenho satisfatório, pois permitiu a

visualização das mesmas variáveis da análise de envoltória, mas com maior demora para estabilizar

a simulação devido ao aumento da complexidade do modelo.

Tomando como base as possibilidades e os limites de cada software analisado foi possível concluir

que os softwares se complementam e permitem um entendimento das diversas escalas de análise.

Por conseguinte, também possibilitaram uma análise mais holística do projeto, tanto ele no seu

ambiente interno, quanto ele no seu entorno próximo ou em sua gleba urbana. Isto reforça o cunho

pedagógico que cada um impera sobre o entendimento do aluno em relação àquele conteúdo. Na

fase de anteprojeto, os programas Flow Design e ENVI-met tiveram uma melhor performance, visto

que apresentaram dados precisos e que poderão nortear as diretrizes essenciais para o projeto

definitivo de uma obra e sua consequente execução.

Por fim, concluímos que, na aplicabilidade da experiência no ensino, além das dificuldades e

desafios apresentados por todos estes softwares, o uso de simulações digitais em todos os casos

potencializou os processos de pensamento de projeto, na compilação de informações do local

analisado, na ampliação da capacidade de análises visuais, sendo portanto indicados para auxiliar

as aplicações didáticas no ensino do conforto para aerodinâmica e ventilação.