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3. MÉTODO DE PESQUISA
Este estudo se trata de uma pesquisa aplicada, visando à obtenção de expertise sobre
indicadores de sustentabilidade do desenho urbano aplicados a uma unidade-caso de forma a
propor sua incorporação nos procedimentos de auditoria de obras públicas. Em princípio, avaliou-
se qualitativamente uma intervenção urbana. Em seguida, avaliou-se sua aderência a um
determinado indicador de sustentabilidade ambiental.
No tocante aos objetivos, a pesquisa é descritiva, pois relata as características de um programa
de urbanização num espaço e tempo delimitados. Foram coletados dados mediante visitas
in loco
,
levantamentos bibliográficos e documentais.
Adotou-se o método do estudo de caso, tendo sido pesquisados princípios de sustentabilidade no
tocante ao desenho urbano e indicadores de sustentabilidade ambiental com o mesmo enfoque
para avaliar intervenções ocorridas numa fração urbana.
Em face da complexidade do tema, delimitou-se o escopo de avaliação aos aspectos que
pressupõem o conforto térmico e luminoso do espaço intraurbano. Tal recorte teve por objetivo
exemplificar a aplicação dos critérios de avaliação propostos, com vistas à futura elaboração, para
a CGU, de procedimento de auditoria para a aferição de tais aspectos no que tange à programas
públicos de urbanização.
Dentre as 18 comunidades existentes no Maciço, selecionou-se um trecho na de Monte Serrat, na
qual fez-se a avaliação referida para demonstrar o processo.
O modelo proposto por Andrade (2015, p.73-74) considerando especificamente os indicadores de
conforto térmico e luminoso são os seguintes:
C.1.1 - Conformidade ao Relevo - Ocupações em vales, morros e planos conforme orientação às
condições climáticas, à topografia e áreas aquíferas usando como parâmetros as diretrizes de
zoneamento bioclimático brasileiro;
C.1.2 - Composição dos espaçamentos entre edificações e aberturas e fechamentos das
edificações quanto à orientação solar e eólica - Distanciamentos entre edificações, largura da caixa
viária, massa de vegetação (arbustiva e arbórea) em vias usando como referência a NBR 15220;
C.1.3 - Coerência da densidade construtiva e edificada em relação à orientação solar e eólica - A
massa edificada na relação com a área total considerada deve propiciar ventilação e insolação
adequadas através de saliências e reentrâncias na horizontal e na vertical, consoante a norma de
zoneamento bioclimático brasileiro;
C.1.4 - Otimização ou redução da quantidade de luz proveniente do céu visível - adequabilidade da
quantidade de luz proveniente do céu visível e a quantidade de luz refletida externa à edificação;
C.1.5 - Materiais de superfície adequados ao conforto térmico, acústico e luminoso - materiais com
baixo nível de reflexão da luz solar e calor, e absorvedores do som; e
C.1.6 - Obstáculos adequados das fontes geradoras e receptoras de ruídos - distâncias mínimas de
fontes de ruídos, aplicação de obstáculos para propagação do som segundo atributos da norma.
C.1.7 - Minimização do efeito de vale (caixa de via estreita com altura superior à largura) -
paralelismo entre superfícies (não potencializar a reflexão do som).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Caracterização da região
O Maciço do Morro da Cruz é um sítio periurbano localizado na costa Noroeste da Ilha de Santa
Catarina. Perfaz uma área total de 2.151.000 m². Seu cume mede 283 m de altitude e “[...]
pertence à unidade geomorfológica Serras do Leste Catarinense, caracterizada pelos modelados
de dissecação em outeiro e em montanha, com vertentes de alta declividade, separadas por crista