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Salles (2013) também analisou o impacto causado nos custos de implantação de uma edificação
comercial dividindo-os nas categorias estabelecidas pelo USGBC (United States Green Building
Council). O estudo foi realizado com base em um empreendimento comercial de alto padrão com
área bruta rentável de aproximadamente 60.000m
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localizado na cidade de São Paulo. Na época
da construção, a versão vigente para LEED CS era a 2.0, porém a autora realizou a
correspondência dos pontos para a versão atual 2009. Obtiveram-se 75 pontos também
resultando na certificação nível Gold. A Tabela 7 demonstra o comparativo entre os resultados
obtidos no presente trabalho e os dados retirados da literatura.
Tabela 7: Comparativo Literatura x Estudo
CATEGORIA
SALLES (2013) Estudo SALLES (2013) Estudo
Custos %
Pontos
Espaço Sustentável
0,76%
0,27%
27
23
Uso Racional da Água
0,22%
0,11%
7
7
Energia e Atmosfera
2,17%
1,25%
16
11
Materiais e Recursos
0,01%
0,28%
7
7
Qualidade Interna do Ar
0,55%
0,31%
9
6
Custos com Documentação e Consultoria
0,22%
0,42%
0
0
3,94%
2,64%
66
54
A diferença de percentual total entre a literatura utilizada para o comparativo e os resultados do
presente estudo foi de 1,3%. É importante, porém, perceber que o número de pontos
conquistados pela edificação avaliada por Salles (2013) superou em 12 pontos a edificação
analisada no presente estudo.
Com relação aos resultados totais obtidos por outros autores, pode-se perceber que a avaliação
realizada encontra-se dentro dos resultados obtidos na literatura. Cardoso, Melhado e Rodrigo
(2009), em estudo realizado com duas edificações – uma localizada na cidade de São Paulo e
outra em Madri –, concluíram que o custo para a construção em São Paulo varia de 4% a 9%
dependendo do nível da certificação desejado, enquanto que em Madrid este cálculo resultou em
2,2% para certificação nível Gold. Kats (2003) defende a porcentagem média de
aproximadamente 2% de aumento nos custos. Já Dunbar, Mapp e Nobe (2011) constataram um
aumento de 2% a 3% em seu estudo realizado em bancos, e Ellis (2009) constatou um aumento
de 0% a 2% para a certificação nível básico de edificações e até 7% para atingir o nível Platina.
Em relação aos impactos da Certificação LEED apontados pelos profissionais envolvidos no
projeto, destaca-se que, para a equipe de coordenação de projetos da construtora, os impactos da
certificação apresentam desafios quanto à conciliação dos diferentes profissionais responsáveis
pelas modalidades de projeto que devem interagir e, muitas vezes, modificar seus projetos e
metodologias de trabalho em prol da busca pela eficiência da edificação. Além disso, a
fiscalização dentro do canteiro de obras, que visa garantir que as premissas estabelecidas como
estratégia de aquisição de pontos sejam cumpridas, tem demonstrado ser um desafio,
principalmente com relação à área de manejo ambiental que é coordenada pelo consultor
ambiental em conjunto com a equipe de produção da construtora. A velocidade na execução das
tarefas na linha de produção foi apontada pela consultora como principal motivo de falhas nos