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Nesse mesmo contexto, Amaral (2013) discute que em construções tradicionais os projetistas

recebem os projetos e cada disciplina é desenvolvida separadamente para, então, ser

compatibilizada. Já na construção sustentável, todo esse esforço deve ser conjunto, em equipe,

pois é necessário que desde o começo do processo os profissionais de cada área envolvida

discutam as premissas do projeto e se mantenham atualizados e alinhados. Ainda de acordo com

Amaral (2013), a construção sustentável necessita de conhecimentos que ultrapassam a

experiência de cada profissional e, por isso, torna-se tão importante haver interação entre todos

os participantes do processo.

As metodologias de avaliação são úteis ao gerenciamento dos projetos. No entanto, por

necessitarem de muita atenção e documentação, elas podem tornar o processo mais demorado e

trabalhoso aos projetistas (RODRIGO; MELHADO; CARDOSO, 2009). De acordo estes mesmos

autores, a implementação da certificação LEED modifica algumas premissas da gestão do

processo de projeto como, por exemplo, os aspectos organizacionais e de relacionamentos com o

cliente. A coordenação de projetos acaba por ser a área que sofre maior impacto em suas

atividades quando se opta pela certificação LEED, pois fica a cargo dos coordenadores

transmitirem aos projetistas e demais membros das equipes os requisitos de projeto que devem

ser cumpridos, além de coordenar as novas interfaces.

Uma análise feita por Kats (2003) com 33 edifícios sustentáveis dos EUA buscou avaliar o custo

da construção sustentável em comparação com projetos convencionais para esses mesmos

edifícios. O resultado obtido mostrou que o valor médio representa um acréscimo de pouco menos

de 2% no incremento de custos, quando comparado a empreendimentos tradicionais, valor

substancialmente menor do que é comumente atribuído a empreendimentos certificados. A maior

parte deste custo é devido ao aumento do tempo de projeto e ajuste dos custos e ao tempo

necessário para integrar práticas de construção sustentável nos projetos. Nesse estudo, o autor

concluiu que o quanto antes for feita a tomada de decisão, menores serão os custos relacionados

com a sustentabilidade das edificações.

Dunbar, Mapp e Nobe (2011) realizaram um estudo avaliando o custo de bancos construídos com

certificação LEED e sem certificação LEED. Nesse estudo foram avaliados quatro parâmetros:

preço total, preço por área, custos indiretos e custos diretos. Com relação aos custos utilizados

para gerir o processo de certificação LEED, estimou-se um gasto de US$ 10.000 por projeto,

sendo que quando comparados ao custo total das obras estes resultados demonstram que é

possível obter a certificação LEED com custos adicionais mínimos. Os resultados desse estudo

demonstraram que em todas as comparações os projetos LEED estavam dentro da faixa de custo

de construção total para todos os projetos não-LEED demonstrando apenas pequenas diferenças.

O estudo também mostrou que, na medida em que a equipe de projeto adquiria mais experiência

com os requisitos do LEED, houve uma redução nos custos associados com a certificação.

Concluiu-se que o custo adicional poderia gerar entre 2 a 3% para os custos totais da construção

e menos de 2% para o custo total do projeto.

2. OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo principal analisar os impactos em projeto, gerenciamento

e custos causados pela decisão de se certificar uma edificação comercial de alto padrão utilizando

o referencial LEED. Como objetivos específicos, pretende-se avaliar os impactos da decisão pela

certificação LEED em termos de alterações nos projetos de instalações; expor as dificuldades

encontradas pelos projetistas e pela construtora para o atendimento dos parâmetros requeridos

pela certificação LEED; verificar os impactos relacionados aos itens que garantem eficiência