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Tabela 4.

Desempenho de diferentes materiais na qualidade do escoamento da cobertura verde

Material

Desempenho

Referências

Biochar

(biomassa

carbonizada)

Grandes variações de desempenho na retenção

de nutrientes conforme o tipo de biochar (requer

estudos futuros)

Kuoppamäki et al. (2016)

Espuma de polietileno

Redução de sólidos suspensos; leve aumento

na quantidade de nitrato (espuma na base do

substrato)

MacAvoy et al. (2016)

Concreto aerado autoclavado

(AAC) decorrente de demolição

Retém fósforo; libera outras substâncias,

incluindo metais (AAC na camada de drenagem)

Karczmarczyk; Baryla; Bus

(2014)

Tipos de pedra

Podem ser fontes de metais pesados

Alsup; Ebbs; Retzlaff (2010)

Vegetação

Podem

influenciar

positivamente

ou

negativamente na liberação de metais

Alsup; Ebbs; Retzlaff (2010)

Todos os artigos analisados constataram que o escoamento tem grandes limitações para uso como

água potável sem tratamento complementar. Por isso, alguns autores concluem seus artigos com

recomendações de que essa água seja utilizada para irrigação de demais jardins ou para reuso em

vaso sanitário .

Não foram encontrados estudos sobre a adequação da água de escoamento das práticas de

agricultura urbana em coberturas de edificações para irrigação. Isto seria uma informação relevante

pela quantidade de metais e nutrientes destas práticas ser mais alta do que de uma cobertura verde

comum (WHITTINGHILL et al., 2016).

A maioria dos autores não considera a qualidade limitada do escoamento um problema, por conta

das alternativas de uso, embora alguns autores concluam seus estudos sugerindo a busca por um

sistema de cobertura verde cujos nutrientes não se desprendam do substrato para o escoamento

(HARPER et al., 2015) ou que não se desprendam em excesso (MALCOLM et al., 2014). Outros

autores citam a importância da quantidade reduzida de nutrientes para tornar a cobertura verde

estável nesse sentido (CLARK; ZHENG, 2014; VIJAYARAGHAVAN; JOSHI, 2015).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao considerar o uso das coberturas verdes para auxiliar na retenção ou melhoria da qualidade do

escoamento, estes aspectos não devem ser observados isoladamente, devido aos inúmeros

benefícios ambientais que elas podem proporcionar (BERARDI; GHAFFARIANHOSEINI;

GHAFFARIANHOSEINI, 2014). Da mesma forma, as coberturas verdes não podem ser tratadas

como uma solução completa para ambas as funções citadas (NAWAZ; MCDONALD; POSTOYKO,

2015), devendo a infraestrutura verde urbana ser considerada em conjunto com elas (LIU; BRALTS;

ENGEL, 2015; NAWAZ; MCDONALD; POSTOYKO, 2015; SCHMITTER et al., 2016; VERSINI et

al., 2016). Isto de certa forma mimetiza o funcionamento do próprio ecossistema, em que múltiplos

componentes contribuem com uma função vital, tendo o sistema mais valor do que a soma das

partes.

O aumento da implantação de coberturas verdes nas cidades pode trazer benefícios positivos e

negativos (HARPER et al., 2015), que devem ser previstos para que haja normas de implantação,

principalmente no que envolve o escoamento. O reuso das águas de escoamento e mesmo seu

descarte devem ser cautelosos e deve-se observar não só a questão de uso antrópico das águas