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recurso. Em outro estudo resultante de simulação feito por Pregnolato et al. (2016) em Newcastle,

Reino Unido, estimou-se que coberturas verdes poderiam reduzir o volume de escoamento da

cidade em até 22%, considerando 100% das coberturas com este recurso. Como esta não é uma

opção realista em uma cidade já estabelecida, principalmente por questões de custo, os autores

comentam que a infraestrutura verde urbana também é uma alternativa que além de reduzir o risco

de inundações, proporciona bem-estar, biodiversidade e efeito de resfriamento.

Walsh et al. (2016) afirmam que coberturas verdes, jardins de chuva e espaços verdes em geral

têm importância na biodiversidade, no aspecto de conectividade de habitats. Um aspecto destacado

no estudo é o de fornecimento de água para irrigação das demais áreas vegetadas, o que também

é citado por outros artigos como possível uso do escoamento.

Pelas questões apresentadas sobre o impacto da cobertura verde, a maioria dos autores comenta

sobre a importância da combinação das coberturas verdes com outras estratégias de infraestrutura

verde, de LID ou de SUDS (LIU; BRALTS; ENGEL, 2015; NAWAZ; MCDONALD; POSTOYKO,

2015; SCHMITTER et al., 2016; VERSINI et al., 2016), tanto para quantidade quanto para a

qualidade do escoamento. Alguns autores comentam o fato de as coberturas verdes não serem

uma solução completa para o escoamento urbano, por não proporcionarem infiltração de água no

solo, apesar de seus benefícios ambientais contribuírem de outras formas (NAWAZ; MCDONALD;

POSTOYKO, 2015).

3. QUALIDADE DA ÁGUA

Na análise da qualidade da água do escoamento, três aspectos são considerados: poluição por

metais, poluição por nutrientes e alcalinidade, sendo algumas vezes citada também a quantidade

de sólidos suspensos.

A melhoria da qualidade da água pelas coberturas verdes é um assunto controverso. Muitos

experimentos comprovaram a eficácia de coberturas verdes em filtrar metais presentes nas águas

pluviais (MACAVOY et al., 2016; VIJAYARAGHAVAN; JOSHI, 2014; VIJAYARAGHAVAN; RAJA,

2014; ZHANG et al., 2015) e neutralizar o pH (KOK et al., 2016; VIJAYARAGHAVAN; JOSHI, 2014;

VIJAYARAGHAVAN; RAJA, 2014; ZHANG et al., 2015). No entanto, a cobertura verde também

pode ser fonte de nutrientes ou até mesmo metais, de forma moderada ou considerável,

dependendo de sua composição.

Alguns autores comentam sobre ineficácia a longo prazo e ineficiência na filtragem de metais,

conforme alguns aspectos da cobertura verde, descritos na tabela 3. A poluição maior do

escoamento se encontra em fases iniciais, sendo que em fases avançadas esta pode depender da

variável da poluição atmosférica.

Os nutrientes liberados no escoamento, caso sejam excessivos, aumentam o risco de eutrofização

nos rios e lagos (HARPER et al., 2015). Entre os nutrientes que podem causar eutrofização,

destacam-se o fósforo/fosfato e o nitrogênio (HARPER et al., 2015; KARCZMARCZYK; BARYŁA;

BUS, 2014; MALCOLM et al., 2014). Para prevenir a liberação destes pelo escoamento, deve-se

fazer a gestão de nutrientes, utilizando o mínimo necessário (CLARK; ZHENG, 2014;

WHITTINGHILL et al., 2016).