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pluviais, mas também seu impacto no ecossistema. Mais estudos sobre a adequação do uso desta

água para irrigação seriam relevantes, diante das variações de concentração de nutrientes

conforme características da cobertura. Há necessidade de constatar se há influência negativa na

saúde das plantas a serem irrigadas conforme o conteúdo do escoamento. Deve-se certificar

também que as águas de descarte e de reuso em vaso sanitário sejam tratadas antes de chegar

aos córregos a céu aberto, para evitar a eutrofização e seus consequentes problemas ambientais.

O impacto das coberturas verdes nos aspectos estudados pode não ser tão significativo quanto o

conforto térmico urbano ou outros benefícios que elas podem proporcionar, dependendo do local

(SEIDL et al., 2013). Por isso, deve-se observar as peculiaridades de cada situação, avaliando a

necessidade específica de determinada região ou edificação. Se a água para uso antrópico é um

item escasso, maior atenção à qualidade e ao tratamento do volume de escoamento deve ser dada.

Se a região não for suscetível a enxurradas, aspectos como o conforto térmico podem ser

valorizados em detrimento da retenção da água, caso haja conflito entre as características ideais

da cobertura verde para retenção de água e conforto térmico.

Além disso, outros benefícios das coberturas verdes que influenciam na qualidade ambiental devem

ser observados para que proporcionem desempenho satisfatório. A maior espessura do substrato

influencia positivamente na porcentagem de retenção de água pluvial (LEE; LEE; HAN, 2015),

enquanto que espessuras maiores não são adequadas a regiões em que a perda de calor pela

edificação no período da noite é essencial ao conforto térmico. Desta forma, pode-se aumentar a

necessidade de resfriamento ativo, o que não é desejável do ponto de vista ambiental.

Deve-se considerar que a integração das coberturas verdes com a infraestrutura urbana pode

complementar sua funcionalidade não só nos aspectos de retenção e qualidade da água pluvial,

mas também nas funções de biodiversidade, redução de ilhas de calor urbanas (PREGNOLATO et

al., 2016), entre outros benefícios.

5. CONCLUSÃO

Os benefícios ambientais das coberturas verdes ainda são um assunto recente na comunidade

científica, principalmente no que tange o desempenho de retenção e qualidade do volume de

escoamento. Através desta investigação bibliográfica, tornou-se evidente a necessidade de mais

estudos sobre determinados aspectos, para melhor definição de suas influências.

Uma das lacunas é a respeito de materiais que possam reduzir a retenção de água e liberação de

nutrientes. A quantidade de estudos sobre os materiais pesquisados ainda não é suficiente para

determinar sua real influência na retenção e qualidade do escoamento, e o fato de não haver

consenso entre estudos sobre seu desempenho também influencia na inconsistência dos

resultados. Por isso, mais estudos são necessários a respeito destes e de novos materiais, em

diferentes partes do globo, pela disponibilidade diferenciada destes conforme a região.

A comparação entre resultados de diferentes estudos muitas vezes não é possível, devido aos

aspectos climáticos dos locais de estudo serem muito distintos e isso resultar em variações de

desempenho de diferentes elementos ou dinâmicas pertencentes à cobertura verde. Sendo assim,

este é mais um motivo para a necessidade de múltiplos estudos em diferentes partes do globo.

A questão da regionalidade deve ser levada em conta na especificação de características de

projetos de coberturas verdes. No caso de utilizar cálculos ou parâmetros pré-definidos, estes

devem considerar as características climáticas do local aonde a cobertura verde será inserida e as

necessidades específicas de determinada edificação ou região.