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2105

2. RETENÇÃO DE ÁGUA

A capacidade de retenção de água de uma cobertura verde é influenciada, de acordo com

Hakimdavar et al. (2016), pela precipitação pluviométrica local, umidade do substrato e a

capacidade máxima de retenção de água do substrato. Diversos aspectos estão relacionados a

cada um destes tópicos, como a transpiração do substrato, evapotranspiração, espessura e

composição do substrato e da camada de drenagem, tipo de vegetação, entre outros apresentados

a seguir.

A composição do substrato deve envolver minimamente constituintes orgânicos e ser

principalmente formada por materiais inorgânicos, como perlita, vermiculita, areia e tijolo moído, o

que objetiva obter um substrato de baixa densidade, com o mínimo de nutrientes e estável

(VIJAYARAGHAVAN; JOSHI, 2015).

Alguns autores consideram limitada a capacidade de absorção de água desta composição e

exploram diferentes materiais, que possam otimizar o desempenho da absorção de água no

substrato, conforme descrito na tabela 1.

Tabela 1.

Desempenho de absorção dos materiais

Material

Desempenho de absorção

Referências

Turbinaria conoides

(alga marinha)

Positivo

Vijayaraghavan;

Joshi (2015)

Biochar

(biomassa

carbonizada)

Positivo (40% de biochar no substrato: 74% de redução no escoamento)

Cao

et

al.

(2014)

Positivo, porém com variações de desempenho entre experimentos interno e

externo (externo mais eficiente, interno não eficiente). Requer mais estudos.

Kuoppamäki et

al. (2016)

A espessura do substrato é uma variável de impacto questionável, com diferentes resultados nos

artigos pesquisados. Segundo Lee; Lee; Han (2015), a maior espessura do substrato é proporcional

à sua maior capacidade de retenção de água. De acordo com Chui; Liu; Zhan (2016), é mais rentável

financeiramente ampliar a espessura do substrato, ampliando a capacidade de retenção, do que

ampliar a área de cobertura verde. Elliott et al. (2016) encontraram maior variação sazonal na

retenção de uma cobertura verde de espessura 3 cm, em Nova York, comparando com uma

cobertura de 10 cm que não apresentou variações significativas conforme a estação do ano.

Em contrapartida, o experimento de Versini et al. (2015) demonstrou o mesmo desempenho de

substratos de 3 e 15 cm de espessura em eventos de alta precipitação, com o mesmo volume de

escoamento e pico de descarga deste. Houve diferença apenas com eventos de menor precipitação,

em que o substrato mais espesso produziu menor escoamento.

A irrigação da cobertura verde influencia negativamente a capacidade de retenção de água pluvial,

por aumentar a umidade do substrato (VOLDER; DVORAK, 2014). Quanto menor a umidade do

substrato antes de um evento de chuva, maior a capacidade de retenção de água e atraso na

liberação do escoamento (LEE; LEE; HAN, 2015; SCHMITTER et al., 2016; VOLDER; DVORAK,

2014). Em climas quentes e secos com chuvas mais escassas, o interesse maior está em manter a

umidade do solo para que as plantas possam sobreviver a longos períodos sem chuva ou irrigação;

este objetivo é alcançado, segundo Volder; Dvorak (2014), com maior densidade de plantas, o que

diminui a radiação e aquecimento do solo e aumenta a camada de ar acima do solo, reduzindo a

evaporação.

A evapotranspiração nas coberturas verdes é considerada, nos estudos analisados, como a

transpiração tanto das plantas, como do solo. A influência das plantas pode representar de 20% a