Table of Contents Table of Contents
Previous Page  2108 / 2158 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 2108 / 2158 Next Page
Page Background

2108

Tabela 3.

Liberação de metais da cobertura verde ao longo do seu ciclo de vida

Liberação de metais

Fator determinante

Referências

Retenção de metais estável a longo prazo

- (não houve variação entre

espessuras de 6 e 16 cm)

Seidl et al. (2013)

Acúmulo de metais coletados começa a ser liberado

anos após instalação (cobertura verde intensiva)

Poluição atmosférica local

Speak et al. (2014)

Aumenta quanto maior for a espessura do substrato Quantidade de solo que

acumula e libera poluentes

(não comprovado)

Razzaghmanesh; Beecham;

Kazemi (2014)

Poluição inicial é maior, com redução gradual

-

Vijayaraghavan; Joshi (2015);

MacAvoy et al. (2016)

Poluição inicial é maior, com redução gradual

- (não houve variação

conforme temperatura)

Buffam; Mitchell; Durtsche

(2016);

Uma variável notável na qualidade da água do escoamento é a temperatura, observada por Buffam;

Mitchell; Durtsche (2016). O escoamento apresentou quantidade de elementos bioativos como

fósforo, cálcio, carbono e nitrogênio significativamente maior no verão, em relação ao inverno, com

alguns elementos tendo sua quantidade até 4 vezes maior. Segundo os autores, isto sugere que

dinâmicas internas da cobertura verde são influenciadas pela temperatura e que isto pode

influenciar mais na qualidade do que a absorção das plantas. As variações sazonais do local

estudado são altas, com temperatura máxima de 4°C no inverno e 31°C no verão. Conforme Bueno

et al. (2012), há variações no metabolismo das plantas conforme a temperatura. Sendo assim, a

variação de desempenho encontrada por Buffam; Mitchell; Durtsche pode estar mais relacionada à

própria atividade metabólica da planta do que à mineralização microbial do conteúdo orgânico, como

os autores sugerem.

As pesquisas que comparam o conteúdo do volume de escoamento de coberturas verdes com o de

coberturas comuns ou de substrato sem vegetação, em geral apontam as coberturas verdes com

desempenho superior; um exemplo é a conclusão de Beecham; Razzaghmanesh (2015) sobre a

comparação de coberturas verdes com coberturas que possuem apenas substrato sem vegetação.

Segundo Seidl et al. (2013), em seu estudo que comparou o conteúdo do volume de escoamento

de uma cobertura verde e de uma cobertura sem vegetação nem substrato, a cobertura verde

concentrou mais fosfato, carbono e nitrogênio, mas a quantidade de metais foi menor especialmente

em substratos de maior espessura.

Da mesma forma que há estudos sobre materiais que possam otimizar a retenção de água das

coberturas verdes, há também estudos sobre a capacidade de retenção de poluentes de diferentes

materiais (tabela 4). Por vezes, os mesmos estudos avaliam ambas características a respeito de

um material.

A respeito do volume de precipitação, MacAvoy et al. (2016) observaram que este não interfere na

quantidade de nutrientes e sólidos suspensos presente no volume de escoamento. Buffam; Mitchell;

Durtsche (2016) afirmaram que a concentração de alguns elementos tende a ser menor durante

eventos de chuva mais longos, principalmente se acontecerem após período seco, mas que, mesmo

assim, a diferença não é significativa.

A respeito da alcalinidade, todas as pesquisas investigadas apresentaram resultados similares,

tendo demonstrado a capacidade da cobertura verde em neutralizar o pH significativamente, através

da diminuição da acidez. O benefício ambiental desta característica é significativo, principalmente

em cidades de expressiva atividade industrial (VIJAYARAGHAVAN; JOSHI, 2015). O pH é mais

ácido apenas quando se trata de escoamento proveniente de práticas de agricultura urbana

(WHITTINGHILL et al., 2016).