2089
Desafios para a borda
Autores
Carta Patrimonial
Dimensão *
Enfraquecimento das entidades
Maricato (2000)
Pessoas
Paisagem
Whitehand e Morton (2003) e
Miranda (2009)
Permanência
Base de suporte para ocupação
Atenas
Lugar
Vias alto fluxo e Habitação
Atenas
Lugar
Distancia-tempo do bairro ao centro
Miranda (2009); Silveira (2014)
Atenas
Pessoas
Planejamento urbano preservando a
natureza
Estocolmo, Machu
Picchu e Rio
Permanência
*As três dimensões da sustentabilidade Seghezzo (2009)
Fonte: Autor (2016).
Os desafios propostos para a borda urbana, podem ser observados na Tabela 1, pois a
concentração territorial homogênea pobre, mobilidade urbana, fluxo e transporte público,
crescimento populacional, densidade e verticalização para áreas de expansão, relação ao uso do
solo e funções e sociocultural, miscigenação e Identidade, foram abordados pelos autores e pelas
cartas patrimoniais. Ao analisar pelo enfoque das cartas patrimoniais, em especial a Carta de
Atenas II que foi redigida em 1933 estas questões poderiam ter evoluído e ter sido tratadas com
mais urgência. No viés da sustentabilidade são impactos principais na dimensão das pessoas, pois
as melhorias fariam diferença na qualidade de vida, desde a ambiência urbana, o tempo de
deslocamento de casa ao trabalho, como os bairros com densidade populacional compatível com a
disponibilidade de equipamentos urbanos, entre outras ações.
A pressão por mudança e a propriedade do solo, e a urbanização precária, os dois assuntos foram
apresentados na bibliografia e nas cartas patrimoniais, quanto à questão da análise da
sustentabilidade impactam principalmente a dimensão do lugar, pois pressão por mudanças e a
urbanização segundo Seghezzo (2009) são questões importante na coesão social. Na ausência ou
precariedade de mobilidade, redes e migração, haverá consequentemente prejuízo no uso e
apropriação do espaço urbano.
A questão do Meio ambiente, recursos naturais e bem-estar humano, é discutida tanto na
bibliografia quanto nas cartas patrimoniais. Mas na avaliação da dimensão da sustentabilidade a
dimensão mais crítica é a permanência, pois segundo Seghezzo (2009) o sentimento de pertença
a um determinado lugar é muitas vezes relacionada com as coisas que ocorreram em momentos
diferentes e por vezes distantes, além da preservação ambiental estar ligada a questões globais.
Algumas questões que ocorrem nas bordas urbanas não estão previstas em cartas patrimoniais e
poderiam ser inseridas ou analisadas com mais atenção. A descompactação urbana; e a
irregularidade fundiária, são consequências da inoperância e falta de ação do poder público no que
tange o planejamento e a fiscalização. Na avaliação da sustentabilidade, a dimensão do lugar é a
principal para ambas, pois vazios urbanos, condomínios fechados, conjuntos habitacionais, entre
outros, vão gerar diferentes reações no espaço quanto a pertencimento, identidade, segregação,
cultura e política.
Quanto há falta de opções de cultura e esporte, o enfraquecimento das entidades como a família e
os poderes públicos constituídos, se deve ao abando do poder público e a carência de
equipamentos urbanos em quantidade e qualidade necessária para atender a demanda, devido ao
processo de urbanização que ocorreu de forma desordenada e rápida. A sustentabilidade na
dimensão das pessoas, segundo Seghezzo (2009), os moradores são percebidos como membros
de uma sociedade e não como um ser humano individual.
A paisagem, onde estão localizados os bens e sítios históricos já foi prevista nas cartas
patrimoniais, porem a paisagem da borda urbana ainda não. A paisagem urbana é analisada quanto