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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ECO DISTRITOS NAS CIDADES SUSTENTÁVEIS
Pesquisas apontam que nossa civilização está cada vez mais urbana. Somos quase a metade dos
sete bilhões de habitantes do planeta residindo em cidades (SIEBERT, 2012). Existe também uma
tendência mundial na sociedade em escolher um estilo de vida mais limitado a ambientes fechados
e desvinculado ao mundo natural. Isto porque os ambientes internos estão cada vez mais
confortáveis e arrojados. O problema é que todo esse tempo enclausurado acaba privando os seres
humanos dos benefícios físicos e mentais proporcionados por caminhadas e exercícios em
ambientes externos, contribuindo com a obesidade e problemas na saúde mental. Além disso, a
falta de contato humano com a natureza torna a humanidade insensível aos danos causados ao
planeta (FARR, 2013).
A urbanização decorrente da industrialização do século XIX ocorreu sob a ótica antropocêntrica de
que o meio natural poderia e deveria ser submetido às todas as necessidades humanas e do capital,
e que a natureza assimilaria, indefinidamente, os resíduos da nossa civilização. “Assim, para que a
civilização urbana prosperasse, era considerado não só aceitável, mas até necessário, que o meio
natural fosse subjugado” (SIEBERT, 2012).
Diante da grave crise do petróleo nos Estados Unidos, na década de 70, surgiu a motivação de
pesquisas sobre fontes alternativas de energia necessária para o impulsionar o movimento
ambientalista e, em conjunto, os primeiros experimentos da construção sustentável (KEELER,
2010).
Segundo Keeler (2010), todas as atividades realizadas pelo homem afetam, seja de maneira
imediata ou latente, o equilíbrio da natureza. As cidades geram uma grande quantidade de poluição
por unidade territorial, sendo a construção civil umas das principais atividades emissoras de dióxido
de carbono (CO
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) e consumidora de água e energia.
Nessa corrente, o urbanismo sustentável chama a atenção para a oportunidade de redesenhar o
ambiente construído com uma maior qualidade de vida e eficiência no uso dos recursos. Uma cidade
sustentável é aquela com bairros bem definidos, que atendem as necessidades sociais e
ambientais, sem comprometer a continuidade dos recursos naturais (FARR, 2013).
De acordo com o Programa Cidades Sustentáveis (2013), uma parceria de iniciativa público-privada
que visa oferecer às cidades participantes uma agenda completa de sustentabilidade urbana (com
indicadores e um banco de práticas sustentáveis), o conceito de Eco Distrito (
EcoDistrict
) representa
um novo modelo de habitação que enfatiza a implantação de práticas sustentáveis na escala dos
bairros, com o objetivo de criar comunidades mais resilientes, inclusivas, justas e, principalmente,
eficientes em termos de recursos.
Este conceito foi utilizado pela primeira vez em 2010, na cidade de Portland, Estado Unidos, quando
uma organização não-governamental, a POSI (Instituto de Sustentabilidade de Portland), lançou
um projeto piloto focado no desenvolvimento sustentável de cinco bairros da cidade. Um dos
primeiros Eco Distritos criados, e que serviu como piloto, foi o South of Market (SOMA), cujo
processo de desenvolvimento contou com o apoio da PSU (Portland State University). O SOMA é
um bairro onde a comunidade adotou o compromisso de implementar projetos que contribuam com
a redução da emissão de gases de efeito estufa, uso racional de água e energia e a geração de
empregos verdes.